No ano passado, o anúncio de que o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro havia entrado para a Alvarez & Marsal causou bastante polêmica, visto se tratar da empresa que cuida do processo de recuperação judicial do grupo Odebrecht, empresa condenada pelo próprio jurista quando ele era juiz da operação Java Jato.

Na ocasião da sua entrada, a empresa divulgou em seu site oficial a informação de que Moro teria o cargo de diretor-gerente. Todavia, ao enviar um comunicado esclarecendo a atuação do ex-juiz na companhia, a Alvarez & Marsal afirma agora que o mesmo é um simples “consultor”.

O comunicado foi enviado ao Tribunal de Contas da União, após o mesmo solicitar à empresa explicações sobre a entrada de Moro na companhia, a fim de garantir que não haveria conflito de interesses, visto que, como ex-juiz, Moro tratou dos processos envolvendo a Odebrecht.

“A Alvarez & Marsal, que é administradora judicial da Odebrecht, chegou a anexar os contratos sociais do grupo para provar que Moro não é sócio de nenhuma das empresas no Brasil e ainda reforça que tampouco o ex-juiz é sócio de qualquer empresa do grupo no exterior”, informou a Veja.

Segundo a Veja, a empresa “agora está contando uma história diferente para a Justiça e para o Tribunal de Contas da União (TCU)”, dando a entender até mesmo que o ex-ministro não possui salário fixo.

“Em manifestação oficial protocolada no dia 07 de abril no processo de recuperação judicial do grupo Odebrecht, na Justiça de São Paulo, a consultoria diz que Moro não é sócio de qualquer empresa do grupo e reforça em todo o documento que o ex-juiz foi contratado apenas como consultor, o que significa que também não tem salário fixo e só é remunerado quando presta algum serviço”, diz a revista.

Todavia, ainda conforme matéria da Veja, a informação de que Moro teria cargo de diretor ainda consta no site oficial da Alvarez & Marsal, o que é estranho, visto que parece uma contradição visível.

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