Ex-ministro da Educação do governo Bolsonaro, Abraham Weintraub mora atualmente nos Estados Unidos desde 2020, quando deixou o país após dizer que por ele colocaria “todos os bandidos na cadeia” em referência implícita aos ministros do Supremo Tribunal Federal.

Todavia, ao anunciar que voltará ao Brasil juntamente com o seu irmão, Arthur Weintraub, parece que o ex-ministro já vem incomodando muita gente do campo político, visto que apoiadores do mesmo já levantaram uma campanha informal pela candidatura do economista ao governo de São Paulo.

Para Weintraub, a abertura de um processo contra ele pelo Ministério Público Federal, por suposta “improbidade administrativa”, significa que já estão tentando lhe retirar de qualquer disputa política em 2022, visto que se for condenado ele pode perder seus direitos políticos.

Na acusação, o MPF não faz qualquer alegação de corrupção, mas sim de que o ex-ministro teria feito declarações contra às universidades públicas, as quais teriam “o claro propósito de desacreditar o serviço prestado por essas instituições de ensino”.

Segundo o R7, o MPF cita, por exemplo, trecho de uma fala de Weintraub durante uma entrevista em 2019, onde o mesmo disse que é possível encontrar drogas nas universidades públicas do país.

“Você tem plantações de maconha, mas não é três pés de maconha, você tem plantações extensivas de maconha em algumas universidades, a ponto de ter borrifador de agrotóxico (…) Ou coisas piores, você pega laboratórios de química, uma faculdade de química não era um centro de doutrinação, desenvolvendo laboratório de droga sintética, de metanfetamina, porque a polícia não pode entrar nos campi”, disse ele na época.

Ao comentar o processo aberto contra ele esta semana, Weintraub criticou: “Querem tirar meus direitos políticos por falar que há drogas nas universidades!”. Seu irmão, Arthur, também se manifestou através da sua rede social:

“Meu irmão lutou. Defendeu o que era correto. Tinha de denunciar como ministro que há drogas nas universidades. Agora, há risco dele perder seus direitos políticos por ter feito essa denúncia e exercido sua função. Não fez corrupção ou crime algum. Se tivesse feito, estaria como?”, disse ele. Veja também:

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