A decisão do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, de excluir por meio de decreto as vagas destinadas a especialistas e integrantes da sociedade civil — incluindo médico, psicólogo e jurista — do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad), gerou forte repercussão.

Todavia, os reais motivos dessa iniciativa não foram expostos como deveriam em muitos veículos de comunicação, razão pela qual um grupo de psicólogos resolveu se manifestar em apoio ao presidente.

Entre eles estão Marisa Lobo, conhecida por sua atuação pró-vida, livros contra a ideologia de gênero, em favor da família e os integrantes do Movimento de Psicólogos em Ação (MPA), que este ano formaram uma chapa para concorrer nas eleições do Conselho Federal de Psicologia, prometendo acabar com o aparelhamento ideológico, a fim de resgatar a psicologia “apartidária” e “científica”.

“Eu como psicóloga apoio a mudança”, escreveu Marisa em suas redes sociais. “O CFP está lá no CONAD não como psicologia e sim como ativista. Um dia da caça, outro do caçador. Vocês [do CFP] não contribuem com políticas públicas visando a libertação do sujeito do uso das drogas e sim da LIBERAÇÃO DE DROGAS”.

Marisa Lobo destacou que o Conselho Federal de Psicologia vinha atuando de forma contrária às Comunidades Terapêuticas (CTs), perseguindo o trabalho dessas instituições, aparentemente, por serem mantidas por instituições religiosas e fazerem um trabalho antidrogas baseado na fé.

“A luta do Conselho no CONAD sempre foi fechar e perseguir comunidades terapêuticas. E as políticas públicas então? Reduziram as políticas públicas em redução de danos… ou seja, ativismo, contrário ao que a maioria dos profissionais e a sociedade deseja. Parabéns Governo Bolsonaro”, concluiu a psicóloga.

Movimento Psicólogos em Ação

Na página do MPA, o psicólogo Aender Borba, um dos membros do movimento, destacou que “o problema não é a entidade [que integra o CONAD], mas quem responde por ela”, se referindo também ao viés ideológico na atuação dos representantes das entidades, como o próprio Conselho Federal de Psicologia (CFP).

Se referindo a uma postagem do CFP sobre a decisão de Bolsonaro de excluir o Conselho do CONAD, Borba escreveu:

“Por mais de 20 anos, temos um grupo que ‘encarnou’ a representatividade do Sistema de Conselhos de Psicologia. O discurso de vocês, não representa a fala da PSICOLOGIA, porque, como bem disse Edith Stein, vocês promovem ‘uma psicologia sem alma'”.

Em outras palavras, Borba sugere que o CFP (neste caso, seus atuais gestores) deixaram de ter um olhar abrangente do ser humano, considerando não só o aspecto psicológico, mas emocional e espiritual, uma dimensão essa muito trabalhada, por exemplo, nas CTs que combatem a dependência química.

“No tempo em que trabalhei na Comunidade Ele Clama, participei ativamente das reuniões do Conselho Municipal de Álcool e Outras Drogas de Contagem e presenciei o descaso do CRP-MG com o problema”, diz Borba. “Pagar diárias para alguns preguiçosos ‘matarem serviço’ não é trabalhar por uma questão de saúde pública tão grave”.

Por fim, em nome do MPA, que disputará a eleição no CFP com o número 24 entre os dias 23 e 27 de agosto (saiba mais aqui), Borba elogia a decisão do Governo. “Parabéns pela inciativa sr. presidente Jair Messias Bolsonaro! Nós do Movimento Psicólogos em Ação o apoiamos nessa decisão”.