A deputada federal e cantora gospel, Flordelis, concedeu uma entrevista para comentar a investigação da polícia sobre o assassinato do seu marido, o secretário-geral do PSD no Rio de Janeiro, pastor Anderson.

Na ocasião, Flordelis negou a informação divulgada pelos policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), de que um dos seus filhos biológicos e outro adotivo teriam confessado o assassinato de Anderson, morto na madrugada do último domingo (16) na garagem de sua casa, em Pendotiba, Niterói (RJ).

Chamou atenção da deputada o fato de Flávio dos Santos, filho biológico de Flordelis e enteado de Anderson, ser detido no encerramento do enterro do seu marido, que aconteceu no Memorial Parque Nycteroy, em São Gonçalo, por uma acusação que não havia correlação com o suposto crime cometido. 

“Meus filhos foram presos por outros crimes. O Flávio cometeu violência doméstica faz muito tempo. E foi violência verbal e não física. E nesta terça mesmo, a ex-mulher dele vai retirar a queixa. O Lucas fez 18 anos neste mês. É meu filho adotivo e se envolveu com tráfico de drogas quando era menor de idade”, declarou Flordelis ao Pleno News.

“Ele [Lucas] foi transferido para uma unidade do Degase para cumprir um mandado antigo. Vai ficar lá por três meses e depois será libertado. E ainda o levaram para uma delegacia errada. Ele foi parar na Delegacia de Homicídios. E eu pergunto: por que foram querer cumprir este mandado só agora? Tem muito sensacionalismo em cima de tudo isso”, completou.

“A polícia queria “aparecer”. Minha filha conta que os mesmos policiais que levaram meu filho também estavam na cerimônia de velório em nossa igreja na noite anterior. Por que não agiram naquele momento, mas só no enterro?”, questionou.

Flordelis desmente boatos sobre o laudo policial

A deputada Flordelis também comentou afirmações sobre o laudo policial. Diversos veículos de comunicação informaram que foram disparados cerca de 30 tiros contra o pastor Anderson, o que sugere uma execução, o que foi negado pela cantora.

“Não. E isso é uma inverdade. Nós ouvimos apenas seis tiros. Estão falando em 30 tiros, 60 tiros. E vão inventando. Ele teve 12 perfurações e mais as duas perfurações que encontraram no carro. Ou seja, um total de 14”, disse ela.

Outro fato estranho, segundo o apontamento da deputada, é que nenhum membro da sua família foi chamado ao IML para obter alguma informação.

“Chegaram a dizer que não seria possível abrir o caixão porque meu marido estaria com o rosto desfigurado, já que tinha levado muitos tiros. Mas eu mandei abrir o caixão e o rosto dele estava normal. Ninguém me chamou ou chamou alguém da família para ir ao IML checar alguma coisa. Mas foi meu sobrinho que vestiu ele e disse que ele não estava cheio de furos”, disse ela.

Flordelis desconhece traição

Segundo a principal linha de investigação da polícia, o crime contra Anderson teria sido cometido pelos filhos da deputada porque o pastor estaria traindo Flordelis, algo que ela também negou desconhecer.

“Na delegacia me perguntaram sobre alguma suspeita dele estar me traindo. Eu respondi que, pelo que sei, meu marido não estava me traindo. Que eu saiba, nunca vi nada. Disse que poderiam entrar em minhas redes sociais e investigar minha vida com ele”, disse a parlamentar.

“Nós estávamos muito bem. Nunca percebi nenhum envolvimento de meu marido com ninguém. Podem até dizer que eu estou tentando proteger. Mas ele nunca saia sozinho, estava sempre com um filho ou com outro, trabalhando sem parar”.

Anderson teria reagido a um assalto, acredita Flordelis

Finalmente, a deputada federal destacou o perfil impulsivo do marido ao lidar com situações de confronto. Ela sugere que Anderson deve ter reagido a uma tentativa de assalto ou sequestro, uma vez que foram encontrados sinais de confronto no local do crime, na carroceria do seu carro.

“Ele sempre enfrentou bandido”, disse ela se referindo ao marido. “E eu costumava dizer para ele sempre entregar tudo em caso de assalto. A nossa rua tem histórias de assaltos. Tem um vizinho médico que já teve o carro roubado. Minhas filhas já foram assaltadas. Infelizmente, acho que ele tentou reagir”.

“Certa vez, roubaram o celular dele no centro da cidade, e ele correu atrás do assaltante até conseguir pegar a pessoa e o celular. Outra vez, assaltaram o carro em que eu e ele estávamos e os bandidos estavam de fuzil. Mesmo assim, ele discutiu com os assaltantes e levou um soco e mandaram ele calar a boca. Ele não se entregava, não baixava a cabeça e lutava. Isso era dele”, conclui.