Estava marcada para o próximo dia 15 uma manifestação contra o presidente da República, Jair Bolsonaro. Todavia, o ato acabou sendo cancelado, e numa declaração feita para o site Congresso em Foco, o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) acabou revelando que “não tem clima para mobilização”.

“A gente viu que não tem clima para mobilização. No fim, isso pode beneficiar mais o governo do que atrapalhar”, revelou o deputado. A fala de Kataguiri, na verdade, é a confirmação do que organizadores dos atos já haviam previsto no mês passado, logo após o ato do dia 12 daquele mês, também considerado fracassado em número de pessoas.

Ao jornal Folha de S. Paulo, Raimundo Bonfim, da CMP (Central de Movimentos Populares), disse não haver condições políticas para manifestações. “A ampliação não resultou em maior participação nos atos, tampouco acrescentou adesões de novos segmentos em prol do impeachment [de Bolsonaro]”, afirmou Bonfim na ocasião.

No dia 2 de outubro, quando também ocorreu outra manifestação contra Bolsonaro contando com a presença de figuras políticas como Fernando Haddad (PT), Guilherme Boulos (Psol), Manuela D’Ávila (PCdoB) e Ciro Gomes (PDT), o número de pessoas também foi muito abaixo das expectativas.

Desse modo, aparentemente, os opositores do presidente estão preferindo evitar novas manifestações de rua, a fim de não transmitir a imagem de fraqueza popular diante dos apoiadores do governo.

O público pró-governo, por outro lado, conseguiu reunir só em Brasília cerca de 400 mil pessoas no dia 7 de setembro passado, e lotar a Avenida Paulista, em São Paulo. Organizadores falaram que em todo Brasil foram mais de 3 milhões de pessoas nas ruas. Os números oficiais divulgados nos respectivos estados, porém, não confirmaram essa versão.