Uma informação publicada na manhã desta quinta-feira pelo blog “tucano” O Antagonista levantou a suspeita de que o general e vice-presidente da República, Hamilton Mourão, estaria disposto a criar um novo governo, o que significa, na prática, conspirar contra o presidente Jair Bolsonaro.

A matéria de poucas linhas do Antagonista diz que “um assessor de Hamilton Mourão está tentando marcar conversas com lideranças partidárias para tratar da possibilidade de impeachment de Jair Bolsonaro“.

E continua: “O Antagonista teve acesso a uma troca de mensagens do assessor com o funcionário de um deputado. ‘Eu tenho conversado com os assessores de deputados mais próximos. É bom estarmos preparados’, diz o assessor do vice-presidente da República”.

Também hoje, durante entrevista ao programa Morning Show, da Jovem Pan, o deputado do MBL, Kim Kataguiri, também afirmou, corroborando com o tabloide caça-cliques O Antagonista, que Mourão estaria envolvido na suposta articulação pelo impeachment do presidente.

“Só existe o afastamento do líder do executivo se o vice-presidente já articulou um novo governo, uma nova Esplanada dos Ministérios, o que Hamilton Mourão sinaliza que está disposto a fazer. Sua postura é evidente porque ele já envia interlocutores para dialogar com parlamentares no Congresso Nacional”, disse ele.

Ao saber da notícia, o deputado federal Marco Feliciano afirmou que se os rumores forem verdadeiros, Mourão deverá demitir o seu assessor, ou estaria corroborando com um “crime contra a segurança nacional”, podendo ser impedido de permanecer no cargo.

“[O Antagonista] tem o dever de revelar quem é o assessor, pois isso é crime contra a segurança nacional. Se não revelar é pq é mentira com o intuito de desestabilizar o Governo. Revelado o nome o vice Mourão deve demiti-lo imediatamente. Se não o fizer impedimos Mourão”, escreveu Feliciano.

ATUALIZAÇÃO:

O tabloide O Antagonista acaba de divulgar o que seria a conversa colhida por eles no WhatsApp do assessor do vice-presidente Hamilton Mourão. “O Antagonista reproduz abaixo a íntegra da troca de mensagens entre o chefe da Assessoria Parlamentar da Vice-Presidência da República, Ricardo Roesch Morato Filho…

Na conversa, Morato diz ao interlocutor, a quem chama de ‘irmão’, que eles precisam tomar ‘um café mais reservadamente’. Afirma que o vice-presidente dividiu ‘a ala militar’, antes dominada pelo general Augusto Heleno, do GSI, e comenta que ‘o capitão [Bolsonaro] está errando muito na pandemia’. ‘General Mourão é mais preparado e político’, conclui.

O chefe de gabinete do deputado se espanta e diz que não pode ter ‘esse tipo de conversa'”, diz o site. Veja abaixo os prints das supostas conversas:

Segundo O Antagonista, o assessor Ricardo Roesch Morato Filho negou o conteúdo das conversas, dizendo que não foi ele o responsável pelas mensagens. O general Hamilton Mourão também negou em nota o ocorrido, dizendo que “A lealdade é uma virtude que não se negocia”. Veja atualização abaixo:

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