O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, emitiu inicialmente uma nota refutando uma publicação feita pelo tabloide O Antagonista, a qual dizia que um assessor do general estaria tentando falar sobre o impeachment do presidente Jair Bolsonaro com deputados de Brasília, o que na prática significaria conspiração.

A matéria de poucas linhas do Antagonista dizia que “um assessor de Hamilton Mourão está tentando marcar conversas com lideranças partidárias para tratar da possibilidade de impeachment de Jair Bolsonaro“.

O site disse que “teve acesso a uma troca de mensagens do assessor [de Mourão] com o funcionário de um deputado”, a qual estaria relacionada a uma articulação pelo impeachment do presidente. Prints da conversa foram publicados aqui.

Em nota, porém, Mourão negou o fato e disse que a publicação de O Antagonista “parece ser mais uma jogada para buscar turvar as relações do Vice-Presidente com o Presidente da República”.

“Em relação à matéria “Assessor de Mourão procura Congresso : É bom estarmos preparados”, publicada hoje (28), às 9h10min, pelo O Antagonista, esta Assessoria de Comunicação Social tem a informar que o Senhor Vice-Presidente da República repudia a inverdade de toda a narrativa e afirma que ninguém de sua equipe teve, tem ou terá este tipo de comportamento. Se assim agir, será considerado desleal. Isso parece ser mais uma jogada para buscar turvar as relações do Vice Presidente com o Presidente da República”, diz o texto.

Mourão confirma conspiração

Todavia, após O Antagonista divulgar o nome do assessor, chamado Ricardo Roesch Morato Filho, o vice-presidente anunciou que irá exonerar (demitir) do cargo o seu auxiliar, confirmando assim a veracidade do ocorrido, mas negando o seu consentimento.

“A conversa houve, algo que me deixou extremamente chateado. O único patrimônio que eu tenho é minha honra, e minha honra está ligada à lealdade. São fatores de que não abro mão. Posso, às vezes, discordar de algumas coisas do presidente Bolsonaro, mas jamais vou trabalhar contra ele”, disse a jornalistas, na saída do Palácio do Planalto, segundo o Correio Braziliense.

Portanto, conclui-se que realmente houve uma conspiração, pelo menos da parte do assessor de Mourão, sem que ele soubesse. Mas, a pergunta intrigante que fica é: supondo que o vice-presidente tivesse conhecimento do ocorrido, qual seria a alternativa dele diante da revelação do fato, senão negar envolvimento e demitir o assessor?

No final das contas, se o próprio Ricardo Roesch não tiver como comprometer o general, revelando alguma conversa, por exemplo, tudo o que resta para a população é confiar na lealdade de Mourão e na veracidade das suas palavras.

Mídia envolve Mourão em suspeita de conspiração pelo impeachment de Bolsonaro