Após décadas de alienação midiática promovida por grupos que antes da revolução digital dominavam os meios de comunicação, o brasileiro finalmente passou a se interessar mais por assuntos que são determinantes para o futuro das suas vidas, do que pelo “pão e circo” oferecidos com a finalidade de controlá-las.

O baixo interesse pela Copa do Mundo do Catar, visto pela pouquíssima repercussão nas redes sociais, comprova essa nova realidade. Observando a web é possível constatar que muitos nem tomaram conhecimento de que o maior campeonato de futebol do mundo já começou.

Não é por menos, tendo em vista o conturbado contexto político nacional. O dia de hoje amanheceu, por exemplo, com informações de que o porto responsável pelo maior escoamento de produtos agrícolas do Brasil, o de Paranaguá, está sendo bloqueado, e isso é apenas uma parte dos protestos que tomaram conta do país desde o dia 31 de outubro.

O brasileiro cansou de ser tratado como massa de manobra, e isso vale para todos os poderes. A sensação de injustiça com a libertação de Lula, em 2019, está explodindo agora, após a sua eleição, agravada por inúmeras decisões abusivas tomadas por integrantes do Judiciário durante os anos de governo Bolsonaro.

O povo que foi às ruas não está saindo em defesa do presidente, precisamente, mas daquilo que lhe resta de liberdade, pois é dela que todas as outras coisas dependem. Decisões reiteradas contra a livre expressão, incluindo o simples questionamento, mostraram ao Brasil que a democracia no país vale apenas para alguns, e não para todos.

A sequência dos fatos envolvendo o julgamento, libertação e eleição de Lula já desenhou na mente de qualquer brasileiro minimamente informado, e intelectualmente honesto, que os inimigos do país vão muito além dos políticos corruptos. Eles possuem diferentes cargos e estão por todos os lados, tanto no setor público como no privado.

Nesse momento, portanto, não há nada mais importante para o cidadão brasileiro do que a “Copa” da libertação nacional. Essa é a grande disputa travada por pais e mães de família, filhos, tios e avós, cristãos, ateus, pessoas de várias religiões e classes sociais. E, diferentemente de uma partida de futebol, essa não tem marcação de tempo, nem a possibilidade de derrota: vai durar o quanto for preciso, até que a vitória seja alcançada!