O Brasil assistiu na noite de ontem uma série de atos de vandalismo na capital do país, Brasília, após a prisão do Cacique Tserere, que se tornou uma das vozes mais influentes entre os manifestantes que protestam contra a eleição de Lula. Diante disso, a grande mídia tratou logo de culpar os bolsonaristas pelos ataques, mas com quais provas?

Ora, quantas pessoas foram presas, especificamente, pelo ataque a ônibus, carros particulares e prédios públicos? Temos imagens e informações dos presos, confirmando a ligação deles com as manifestações bolsonaristas que ocorrem pacificamente pelo país desde 31 de outubro, envolvendo homens, mulheres, idosos e crianças?

Se não temos esses registros, com rostos e informações capazes de comprovar a ligação dos responsáveis pelos ataques aos atos bolsonaristas, então não é possível dizer que os crimes praticados ontem, em Brasília, foram cometidos pelos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

Qualquer associação dos crimes com o bolsonarismo é precipitada, no mínimo, para não dizer maliciosamente proposital. Não é o simples fato de alguém vestir uma camisa amarela e estar presente em uma manifestação que o torna “bolsonarista”. É preciso, sim, constatar a atuação dessa pessoa dentro do movimento, pois, do contrário, todo julgamento será baseado no uso de uma cor, o que é ridículo!

O que sabemos, de fato, é que desde 31 de outubro, milhares de bolsonaristas estão protestando nas ruas, e salvo o bloqueio de vias públicas (que é errado), não tivemos registros de qualquer ato de vandalismo, nem mesmo de incitação a isso.

Pelo contrário, o que vimos foram cidadãos de todas as idades se reunindo pacificamente, fazendo orações e entoando cânticos ou frases de efeito, evidenciando o caráter pacífico e democrático das manifestações, como estabelece a Constituição Federal ao garantir o direito a protestos organizados.

Os ataques que vimos ontem em Brasília, por outro lado, são absolutamente incompatíveis com o perfil dos brasileiros que estão acampados em frente aos quartéis do Exército Brasileiro. O campo de luta desses cidadãos é o das ideias e das leis, não do vandalismo. Acreditar, portanto, que “do nada” essas mesmas pessoas seriam capazes de atear fogo em veículos e depredar o patrimônio alheio é, no mínimo, ingenuidade ou má-fé.

Criminalização

Por outro lado, o que também sabemos é que sempre houve, por parte de alguns grupos, o interesse de criminalizar o bolsonarismo, rotulando todos os apoiadores do atual presidente da República de “extremistas” que atentam contra o Estado Democrático de Direito.

Ora, nada melhor para reforçar essa narrativa, do que “criando” um cenário de terrorismo para depois atribuir culpa aos bolsonaristas. Qual seria o objetivo por trás disso? Prender, punir, reprimir e intimidar; desencorajar a adesão ao movimento; forçar o silêncio dos que ainda ousam falar contra o que pensam estar errado?

O Brasil vive dias sombrios, lamentavelmente. A nossa democracia vem sendo corroída com tanta agressividade, que muitos já não conseguem mais acreditar na garantia de simples direitos, como o de emitir esta opinião que o leitor está lendo agora. O que nos resta mais a frente? Difícil saber, mas possível prever.