A possível eleição do candidato à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, poderá ter repercussões extremamente negativas para o Brasil nos próximos anos, talvez até em meses.

Isso porque no cenário atual, Brasil e EUA são as duas grandes potências políticas nas Américas governadas pela direita conservadora, sendo o primeiro com grande influência na parte Sul do continente, e o segundo não apenas sobre a parte Norte, mas sobre o mundo inteiro.

Com a ascensão de um governo de esquerda (Democratas) nos EUA, apenas o governo Bolsonaro terá relevância conservadora no continente, visto que Colômbia (Iván Duque) e Paraguai (Mario Abdo) seriam os únicos dois países restantes realmente de direita, mas sem capacidade de grande influência.

Argentina e Venezuela já estão sob o poder da extrema-esquerda, assim como agora, mais recentemente, a Bolívia, ao eleger Luis Arce. O Chile também caminha para o lado da extrema-esquerda ao aprovar a criação de uma nova Constituição. O Peru é de “centro”, assim como o Uruguai, enquanto a Guiana e o Suriname são de centro-esquerda.

Ou seja, de relevância a nível continental e mundial, apenas o Brasil terá um governo realmente de direita e conservador, o que colocará o governo Bolsonaro na mira da esquerda mundial, o que incluirá os Estados Unidos, caso a eleição de Biden se confirme.

Biden, por sua vez, já deixou claro que “reunirá o mundo” contra o Brasil em nome de uma suposta intenção de proteger a floresta amazônica de queimadas. Ou seja, o possível líder norte-americano representa uma ameaça à soberania brasileira, ao menos em termos diplomáticos.

Em 29 de setembro passado, ao falar do Brasil, Biden já havia declarado em tom de ameaça: “[Como presidente] eu estaria me reunindo e garantindo que os países do mundo venham com US$ 20 bilhões e digam ‘aqui estão US$ 20 bilhões pare, pare de derrubar a floresta e se não fizer isso, você terá consequências econômicas significativas’.”

Como podemos notar, sem dúvida a relação do Brasil-EUA será afetada, pois Biden poderá usar o seu poder diplomático para exercer pressão sobre o governo Bolsonaro usando a Amazônia como pretexto.

Ao mesmo tempo, a falta de alinhamento ideológico entre as duas potências poderá, também, fortalecer os demais regimes socialistas vizinhos, como o venezuelano, assim como o imperialismo ideológico da China no continente.

Mais do que nunca o Brasil precisa estar preparado para lidar com qualquer ameaça contra a sua soberania, e isso em todos os aspectos, inclusive o militar. No contexto geopolítico, o cenário atual pelo qual o mundo passa é sem dúvida o mais tenso desde o auge da Guerra Fria. Veja também:

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