O resultado da eleição presidencial no último domingo não foi o que esperávamos. A vitória de Lula significa uma tragédia previamente anunciada ao Brasil, mas ainda assim milhões de pessoas resolveram arriscar o país, o que significa suas próprias famílias, nas mãos de um partido cujos escândalos de corrupção estão registrados na história. Agora, o que fazer?

Muitos estão nutrindo a expectativa de que Bolsonaro tome alguma decisão drástica. Os protestos nas ruas aguardam isso, depositando esperança numa possível reação militar diante de um cenário duvidoso quanto ao futuro do Brasil, especialmente devido ao contexto de clara repressão à liberdade de expressão do segmento conservador.

Diante disso, o que devemos ter em mente é que agir apenas pelo emocional não vai ajudar em nada o país. O sentimento de frustração, até mesmo de desespero e medo são compreensíveis, afinal, temos a Venezuela, Argentina, Chile, Nicarágua, entre outros exemplos, para nos dar um indicativo do que poderá ocorrer no Brasil.

Contudo, o emocional precisa caminhar com o racional e esse é o momento em que mais precisamos de equilíbrio, pois tudo o que os adversários do conservadorismo desejam, nesse momento, é ter motivos para instituir uma política governamental absurdamente autoritária, sob à alegação de proteção da “democracia”.

Bolsonaro, senhores, se tivesse que tomar alguma decisão com base em algo que desconhecemos, já teria tomado, afinal, o que tem a esperar? Acabou a eleição e ele fez o seu pronunciamento, agradecendo os 58 milhões de votos conquistados e autorizando a transição governamental. Portanto, é o reconhecimento implícito da derrota.

E, se Bolsonaro não tomou uma decisão radical, significa que ele não tem nada de concreto para apresentar, a fim de sustentar sua reação; ou, não teve o apoio necessário por parte dos seus ministros e comandantes militares, mesmo tendo ocorrido algo de errado, hipoteticamente falando.

Qualquer interpretação além disso é mera especulação. É isso o que muitos estão fazendo nas redes, em grupos e etc., especulando sobre o que o presidente teria ou não quisto dizer em seu curto pronunciamento. Ora, ele disse o que disse: agradeceu, defendeu manifestações legais e autorizou a transição, ponto!

Diante disso, se o próprio presidente, que ainda tem em suas mãos o comando do país e, portanto, a chefia das Forças Armadas, resolveu reconhecer a derrota, o que resta aos seus apoiadores? Certamente não é agindo na ilegalidade que conseguiremos alguma coisa.

Prefiro pensar, agora, como Rodrigo Constantino ao dizer que é preciso reagrupar e reforçar as trincheiras existentes. Para isso, é necessário agir com sabedoria, equilíbrio e estratégia, pois o petismo não vai aliviar em sua perseguição. É protesto que queremos? Então, que seja feito dentro da lei e com foco no que realmente poderá trazer resultados.

O cenário é delicado e difícil de ser avaliado, pois temos grande parte da imprensa contra nós, o que significa que seremos demonizados dia e noite. Agora, portanto, não é o momento de dar ainda mais munição para os inimigos, adotando posturas e ideias radicais, pois isso só fará aumentar ainda mais a perseguição injusta.

Agora é a hora de acalmar os ânimos, pensar nas vias alternativas e manter o diálogo da melhor forma possível, pois se as nossas previsões se confirmarem, em breve os próprios inimigos começarão a cometer erros graves, assim como tem ocorrido no Chile e Argentina, e isso fará com que os milhões de pessoas que não votaram em Bolsonaro vejam que estávamos certos.

Por hora, bolsonaristas sozinhos na rua, protestando, serão apenas um grupo de inconformados, taxados pela mídia como antidemocráticos e arruaceiros, sendo alvos das mais diversas punições. Daqui a um tempo, porém, provavelmente seremos um país inteiro nas ruas, e aí sim teremos um cenário completamente diferente, em nosso favor.