O avião brasileiro Embraer KC-390 está agitando não apenas o mercado mundial, mas envolvendo inclusive a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), grupo que reúne algumas das maiores potências militares do planeta, incluindo os Estados Unidos.

O cargueiro, projetado em parceria entre a FAB e a Embraer Defesa e Segurança, foi anunciado em 2007 para se tornar realidade apenas em 2015, quando os primeiros voos de teste foram realizados. Este mês, porém, a FAB anunciou que já está em fase final de testes do modelo, incluindo a encomenda de 28 aeronaves para a frota brasileira. Duas já deverão ser entregues este ano.

O Embraer KC-390 é o maior avião já construído pela indústria aeronáutica brasileira e estabelece um novo padrão para as aeronaves de transporte militar de médio porte com relação ao desempenho e capacidade de carga.

O KC-390 possui autonomia de voo de 2.730 quilômetros de distância com a carga máxima. Sem carga, o avião pode percorrer 5.958 quilômetros de distância. A aeronave, que possui 18,5 metros de comprimento, apresenta características notáveis, possui uma capacidade de carga de 23 toneladas, podendo transportar 80 soldados ou 74 macas em missões de resgate.

Graças aos motores a jato V2500-E5, produzidos pela International Aero Engines AG (IAE), o KC-390 atinge uma velocidade de 870 km/h. E isso não é tudo, ele terá uma fuselagem blindada e sistemas para despistar mísseis, através de tiras de alumínio lançadas ao ar para enganar os mísseis guiados por radar, além de fogos de bengala, que enganam os mísseis guiados por calor.

A empresa brasileira AEL Sistemas S.A. será responsável pelo fornecimento do computador de missão, responsável pela integração de sistemas fundamentais de missão. O sistema de radar de missão de última geração Gabbiano, modelo T-20, será da responsabilidade da empresa italiana Selex Galileo.

KC-390 – Mercado internacional e OTAN

O cargueiro brasileiro concorre no mercado militar com aeronaves como o C-130J e A400M, dos Estados Unidos e da Airbus, mas devido à modernização, o avião militar do Brasil tem tudo para levar a melhor nessa disputa.

O Conselho de Ministros de Portugal, por exemplo, depois de analisar os modelos, decidiu optar pelo KC-390, já que a aeronave possui o que há de mais moderno em termo de tecnologia, além de possuir um valor mais acessível que o dos seus outros dois.

A República Tcheca e a Argentina também já firmaram acordos de compra do KC-390. Além desses países, a Embraer atua para que a Suécia também adquira unidades da aeronave, bem como a Itália, Nova Zelândia, Colômbia, Chile, Bolívia, Emirados Árabes Unidos.

Com a recente venda para Portugal, um país membro da OTAN, surgiram especulações de que outros Estados que fazem parte da aliança possam vir a ser novos clientes da Embraer, inclusive os EUA.

Isso poderia ser algo fundamental para que o CK-390 alcance um lugar mais significativo em um mercado previsto de 728 aeronaves até 2025, disputando esse mercado com o norte-americano C-130J, o japonês C-2 Kawasaki, o ucraniano Antonov An-178, o russo Ilyushin II-276 e o multinacional A400M, da Airbus. (Sputnik).