O ministério da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, disse durante uma entrevista para o Programa do Ratinho, no SBT, que foi ao ar nesta terça-feira (18), que os detentos devem trabalhar para financiar os custos com a estadia nos presídios.

Segundo Sérgio Moro, não é justo que a sociedade assuma todos os custos para a manutenção dos presos. O ministro disse que é possível expandir alguns modelos de cadeias que já existem no país, onde os detentos trabalham e parte do valor arrecadado com os salários é destinada para o próprio sustento, e outra vai para o poder público.

Pacote enticrime de Moro

Questionado por Ratinho qual seria o motivo da dificuldade do pacote anticrime enviado para o Congresso ainda não ter sido aprovado, o ministro Sérgio Moro evitou culpabilizar os deputados e senadores. Ele argumentou que é natural a demora devido ao debate com os parlamentares, além do trâmite de outras pautas, como a reforma da Previdência.

Sérgio Moro, no entanto, afirmou que acredita na aprovação do pacote anticrime após a conclusão da reforma da Previdência, alegando também que percebe uma “grande simpatia” dos parlamentares em prol do seu projeto de lei.

Ataque hackers

Um dos primeiros assuntos comentados pelo ministro Sérgio Moro foi o ataque sofrido por ele e o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, por supostos hackers que invadiram seus celulares e divulgaram menagens atribuídas aos dois. Segundo o ministro, tais pessoas não são “adolescentes sentados atrás de um computador”.

Sérgio Moro foi taxativo ao dizer que “existe sim um grupo criminoso organizado” por trás dos ataques, e que a Polícia Federal está investigando o caso, mas que está “totalmente tranquilo” sobre o resultado das investigações, especialmente no tocante ao conteúdo das mensagens.

Cargo no STF e descontração

Já no final da entrevista, Ratinho promoveu um momento de descontração, perguntando sobre o dia-a-dia do ministro Sérgio Moro, como para qual time de futebol ele torce e outros afazeres. Moro fez mistério e disse que não revela sua torcida no futebol por questão pessoal, negou ser “mestre de jiu-jitsu” e disse arriscar na culinária.

Questionado por um telespectador se aceitaria uma vaga no Superior Tribunal Federal, Sérgio Moro não negou a possibilidade. “Não existe vaga no STF”, disse ele, afastando a decisão precipitada, aparentemente, para evitar polêmicas futuras envolvendo o seu nome na mídia.

Finalmente, Sérgio Moro defendeu o direito do cidadão utilizar uma arma para se defender, neste caso a posse em casa, e disse ser contrário à legalização da maconha, salvo para uso medicinal.