Uma nova série do canal de TV por assinatura HBO tem provocado a crítica dos pais e organizações que lidam com o conteúdo infanto-juvenil. A razão disso é porque apesar de ser uma programação voltada para adolescentes, o material faz promoção do uso de drogas e da prostituição.

A série se chama “Euphoria” e foi lançada no último dia 16. “Trinta pênis em um episódio? A nova série com [a atriz] Zendaya, cheia de nudez, violência e uso de drogas entre os jovens, é tão extrema que uma estrela sai no meio da filmagem”, informou o portal americano Hollywood Reporter.

Segundo informações da CBN News, a série também trará conteúdo envolvendo asfixia, ideologia de gênero e cenas de violência sexual. A organização Parents Television Council (PTC), que lida com o conteúdo para o público jovem, emitiu um alerta aos pais fazendo um comparativo com outras produções:

“Assim como a MTV fez com ‘Skins’ e como a Netflix está fazendo com ’13 Reasons Why’, a HBO, com seu novo programa centrado no ensino médio ‘Euphoria’, parece ser publicamente fazer um marketing de conteúdo adulto extremamente gráfico com [cenas de] sexo, violência, palavrões e uso de drogas – para adolescentes e pré-adolescentes”, disse o presidente do PTC, Tim Winter.

Tim explicou que mesmo colocando uma classificação etária, os pais não esperam que um conteúdo que é divulgado como sendo voltado para o público infanto-juvenil contenha esse tipo de conteúdo, o que termina enganando a muitos:

“A HBO pode anexar uma classificação de conteúdo sugerindo que a [programação] é destinada ao público adulto, mas vamos ser real aqui: quem assiste um programa sobre crianças do ensino médio, exceto o ensino médio e as crianças do ensino médio?”, disse ele.

O Centro Nacional de Exploração Sexual (NCOSE), fez um comparativo com a série Game Of Thones, explicando que mesmo com classificação etária, o conteúdo se tornou tão popular que crianças e adolescentes também viram. (para entender a razão disso, leia o artigo: “Modelagem Cultural“).

“O Game of Thrones da HBO está repleto de cenas de sexo, inundado de diálogos misóginos e inchado com representações de violência sexual e tortura tão selvagens a ponto de serem incomparáveis ​​na história da televisão. No GOT, a HBO deu um palco para um amálgama de pornografia, estupro, prostituição, abuso infantil, violência sexual, parafilias sexuais e carnificina por atacado que consegue levar a ambientação da tortura à sala de estar americana”, declarou a NCOSE.

O Parents Television Council (Conselho de Televisão de Pais), por sua vez, destacou que apesar da estratégia descarada de mascarar o conteúdo nocivo ao dizer que é voltado para o público mais jovem, os pais devem ficar atentos e não se deixar levar pela “falha parental” de não verificar o conteúdo da programação que seus filhos assistem.

“Os pais que são assinantes da HBO podem ser surpreendidos pela nova tentativa da HBO de comercializar conteúdo tão diretamente a menores. E a falha parental é exacerbada por aplicativos de streaming onipresentes que entregam conteúdo explícito diretamente a um adolescente, por meio do celular ou computador”, diz a entidade.

O problema da acomodação

Muitos pais acreditam que não adianta combater esse tipo de conteúdo, enquanto outros, pior ainda, pensam que é inevitável que esse e outros materiais dessa natureza cheguem ao conhecimento dos filhos.

Esse raciocínio, no entanto, é fruto da acomodação psicológica ao contexto de caos cultural. É justamente esse tipo de comportamento que os produtores dessas programações, ideologicamente falando, desejam produzir: eles querem a sua passividade! Querem que você se conforme e se cale! 

Se trata de um trabalho de acomodação e conformismo, o qual é melhor detalhado no artigo indicado no link acima, chamado “Modelagem Cultural”. É inevitável a produção nesses conteúdos? Sim, é verdade, mas assistí-los ou não é uma escolha.

Os pais atualmente precisam enxergar sua famílias como células à parte da grande sociedade de massa, onde tudo é “empurrado” pela goela abaixo da população. Assim, você entende que não precisa meramente copiar o que para os outros é “comum”. Você cria suas próprias normas, e isso inclui o que entra na sua TV e no celular dos seus filhos.

O problema de conteúdos como a série Euphoria é que não possui compromisso algum com a educação. Seu objetivo é influenciar, e isso não tem a ver, necessariamente, com os valores que você defende, mas pelo contrário, na maioria das vezes o conteúdo vai na contramão de tudo o que os pais acreditam.

Ainda assim, a decisão no final das contas é sempre da família, muito embora a cultura pós-moderna esteja tentando roubar a autoridade dos pais. Cabe a vocês, pais e mães, assumirem a responsabilidade de filtrar o que seus filhos assistem, pois caso contrário, quando estiverem apresentando os mesmos comportamentos e pensamentos que veem na TV, reclamações não vão adiantar.