O ministro Sérgio Moro concedeu uma entrevista para a emissora CNN Brasil, que estreou no país no último domingo. Na ocasião, o ex-juiz da Lava Jato destacou os avanços na gestão do presidente Bolsonaro no combate à criminalidade, ressaltando que não estaria em seu governo caso não tivesse espaço suficiente para atuar em prol do Brasil.

“A relação com o presidente é muito boa. Nós temos, evidentemente, divergências como qualquer pessoa, mas nós temos convergências importantes, especialmente no fortalecimento do combate à criminalidade”, afirmou Moro ao jornalista William Waack.

“Se eu entendesse que eu não tenho esses espaços, que eu não tenho possibilidade de construir coisas que eu acho importante para fortalecer as instituições, para fortalecer a democracia em prol do bem estar e das liberdades e direitos da população brasileira, evidentemente eu não continuaria aqui”, observou Moro.

Questionado se pensa em ser o futuro presidente da República, Moro afirmou que o seu foco é cumprir o trabalho enquanto ministro. Essa é uma declaração que já foi dada em outras entrevistas. O ministro evita falar sobre o futuro, deixando entender que não descarta tal possibilidade. A sua posição denota respeito ao atual presidente, Jair Bolsonaro.

“O que eu me propus foi construir políticas nessa área específica. E eu encontro espaço. Claro, não consigo fazer tudo exatamente que eu quero, nós estamos numa democracia, todo poder encontra limites. Nem sempre se consegue fazer tudo que se quer. Mas acho que teve avanços. E o que teve de retrocesso, nós estamos tentando trabalhar para reverter”, afirmou.

Por fim, em sua rede social, Moro comentou a entrevista dada para a CNN Brasil, mas também destacou em uma publicação que o foco atual do país é o combate ao novo coronavírus. Sua declaração soa como uma crítica indireta aos parlamentares da oposição que estão aproveitando o clima tenso na área da saúde para pedir o afastamento do presidente.

“A prioridade é o combate ao coronavírus. Breve interlúdio para lembrar seis anos da Lava Jato. O combate à corrupção é uma luta perene. Menos corrupção significa também mais recursos para saúde. Homenagem aos que,contra todos os desafios, persistem, quer seja ele um crime ou um vírus”, afirmou o ministro.