O governador de são Paulo, João Doria, acordou cedo hoje para recepcionar a chegada dos insumos da CoronaVac, popularmente chamada de “vacina chinesa”. O momento contou até com uma Bandeira do Brasil sobre a carga de 600 litros.

“Viemos receber aqui no aeroporto internacional de Guarulhos mais um lote para a produção da vacina contra a Covid-19, a Coronavac, a vacina do Instituto Butantan, para proteger e salvar vidas”, disse o tucano, que fez o comunicado às 5h28 da matina… isso mesmo!

A cena parece não deixar dúvida de que João Doria transformou a compra e aplicação da CoronaVac nos paulistanos em uma questão de marketing, quer seja político ou de ego, dado o confronto de ideias com o presidente da República, Jair Bolsonaro.

Qualquer que seja a opção, o fato é que a ida do governador ao aeroporto para recepcionar a carga de insumos, e a consequente publicação de fotos e declarações acerca do material ao longo do dia, sugerem claramente que a maior preocupação do tucano não é com a saúde da população, mas com a sua possível campanha presidencial para 2022.

É marketing às custas da pandemia

Se a preocupação real fosse com a saúde, João Doria não estaria dando sinais de pressa diante de algo extremamente delicado. Ciência não se faz com base em pressão política. O conhecimento capaz de transformar veneno em medicamento é fruto de etapas rigorosas.

Enquanto o mundo olha apreensivo a criação de uma vacina em tempo recorde, o tucano parece ignorar os riscos potenciais de uma droga produzida em um tempo jamais visto na história farmacêutica.

O cenário pomposo onde o governador aparece quase de madrugada tirando fotos com a suposta vacina na mão (foto da capa) não sugere qualquer preocupação com a saúde, mas com a sustentação de uma narrativa planejada para campanhas políticas no futuro. Os paulistanos que se cuidem!

Bolsonaro alerta sobre vacina: “Se tiver efeito colateral, não vão cobrar de mim”