Alguns dados vêm chamando atenção de parte da mídia que realmente se preocupa com a pandemia do novo coronavírus no Brasil, e quem repercutiu isso foi a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, que se disse “estarrecida” com o que leu.

“ESTARRECIDA! Eu não tinha me dado conta disto! Já solicitei a minha equipe técnica estudo destes dados. Não anteciparei comentários sem antes profunda análise. Confesso que sentimento de angústia e preocupação acaba de tomar conta de meu coração e mente”, informou Damares.

A ministra comentou a seguinte informação: “Os Estados brasileiros governados por adversários de Jair Bolsonaro concentram a maior parte de casos e mortes por covid-19, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Catorze unidades federativas possuem, juntas, 87% das mortes e 79% das infecções confirmadas pelo novo coronavírus.”

“As federações sob comando de políticos contrários ao presidente somam, juntas 295.945 casos confirmados – no Brasil todo, são 374.898 ocorrências da covid-19. No caso das mortes, esses 14 estados contabilizam 20.370 mortes”, destaca o texto publicado pela Universal.

Entre os estados citados pela matéria estão São Paulo, sob comando de João Doria (PSDB), que possui 83,6 mil casos e 6.220 mortes, depois o Rio de Janeiro, governado por Wilson Witzel (PSC), com 39,3 mil casos e 4.105 mortes.

Em terceiro lugar vem o Ceará, governado por Camilo Santana (PT), com 36,1 mil casos e 2.493 mortes. Já os 13 estados considerados aliados de Bolsonaro somam 78.953 casos de Covid-19, equivalente a 21% do total, mas registrando apenas 3.103 óbitos. 

Politização da pandemia

Olhar esses números pelo ângulo da politização é algo cruel, mas é uma triste realidade, visto que não há dúvida de que o debate sobre a prevenção contra o coronavírus, incluindo o seu tratamento, foi enviesado por interesses partidários.

Não é possível afirmar de forma rasa que o número de mortes por Covid-19 se deu ou foi manipulado por questões políticas, culpando os adversários do governo, uma vez que vários fatores influenciam esses dados, como a grande diferença no volume aeroviário (turístico) para SP e RJ, especialmente durante o período de carnaval, quando ocorreu o início da pandemia.

Entretanto, nenhuma hipótese pode ser descartada e, tomando como exemplo os indícios de fraudes milionárias na compra de equipamentos médicos no Rio de Janeiro, não seria absurdo constatar que o número de mortos também teria sido fraudado por interesses na captação de recursos públicos, por exemplo. Nos resta aguardar.