O debate público está ficando cada vez mais hostil para os conservadores e direitistas, uma vez que cresce o número de grupos que se articulam para censurar conteúdos de opinião das mais diversas naturezas que partem desse segmento. Com base nisso nasceu a “Parler”.

Parler é uma rede social semelhante ao Twitter criada em 2018 pelo CEO John Matze em Henderson, Nevada, Estados Unidos. A proposta é clara: ser uma plataforma onde a liberdade de expressão do pensamento é 100% garantida.

Por essa razão, a rede social Parler já conquistou mais de 1,7 milhão de usuários pelo aplicativo disponível no formato Android (baixe aqui) e IOS, e os números não param de crescer, visto que a plataforma já ganhou o apoio de figuras de peso, como ninguém menos que o presidente americano Donald Trump.

Trump promove o Parler

Para que o leitor tenha uma ideia, Trump declarou publicamente que poderia deixar o Facebook e o Twitter e concentrar a sua atenção no Parler, o que fez explodir o número de menções e usuários da até então “desconhecida” rede social, segundo o The Wall Street Journal.

A iniciativa do presidente americano se deu após o Facebook e o Twitter excluírem conteúdos da campanha de Trump citando suas políticas internas contra um suposto ódio organizado. Assim, os principais líderes do Partido Republicano se voltaram para o Parler.

Além de Trump, fazem parte da rede social o filho do presidente, Eric Trump, seu advogado, Rudy Giuliani e seu gerente de campanha, Brad Parscale. Também estão os senadores Rand Paul e Ted Cruz, a National Rifle Association e o jornal The Washington Times, um dos maiores dos EUA.

Parler ou Twitter?

Por se tratar de uma rede social em crescimento, muitos querem se cadastrar no Parler como uma alternativa ao Twitter, mantendo as duas plataformas até mesmo como forma de divulgação mútua dos perfis (O Opinião Crítica está no Parler).

Na rede social preferida dos conservadores, no entanto, o limite é de 1000 caracteres para digitação e o visual é mais simples. A tendência é que a plataforma e o próprio app da ferramenta se tornem mais robustos com o crescimento exponencial que vem sofrendo.

O Parler é uma ameaça

No mundo comercial, qualquer iniciativa que retire ganhos de outra empresa é vista como uma ameaça, e no caso da Parler em relação ao Twitter não é diferente, especialmente porque a nova rede social está sendo promovida por Donald Trump.

Uma vez que figuras como Trump, que além de presidente dos EUA é empresário e entende de negócios, promove uma nova empresa, o feito cascata no marketing digital é automático.

Ainda que mídias tradicionais façam o possível para não promover a Parler, isto será inevitável diante do crescimento e divulgação nos meios conservadores.

Basta algumas poucas empresas de grande porte anunciarem na Parler para que o sinal de alerta no setor publicitário de empresas como o Twitter o Facebook entre em ação, dado a possibilidade de que a suposta censura dessas empresas aos conteúdos conservadores crie um efeito reverso.

Por mais “ideologizada” que seja uma plataforma, quando números estão em jogo, ações e investimentos milionários, todos querem chegar a um equilíbrio e a rede social Parler é uma prova de que o conservadorismo pode, sim, reagir ao ponto de ameaçar a hegemonia de outras.

Empresas querem números

Nenhuma empresa quer anunciar em uma plataforma que está perdendo usuários. O Facebook, o Twitter e o Instagram dependem do capital publicitário.

Se houver uma debandada significativa de conservadores para plataformas como a Parler, certamente o impacto poderá ser desastroso no mundo da “lacração”.

E se engana quem pensa não ser possível este cenário. Os conservadores são maioria nos Estados Unidos e no Brasil, dois países que lideram em número de usuários nas redes sociais no mundo. Mudar, portanto, não é só possível, como já pode estar se tornando realidade.

Brasileira, rede social Conservative Core também cresce entre os conservadores