O presidente Jair Bolsonaro acabou de confirmar durante a sua live semanal no Facebook que indicará amanhã o desembargador Kassio Marques Nunes para a vaga do ministro Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal, mesmo após o nome do jurista ser fortemente criticado por apoiadores ao longo das últimas 24 horas.

“Sai publicado amanhã no Diário Oficial da União, por causa da pandemia nós temos pressa nisso, conversado com o Senado, o nome do Kassio Marques para a nossa primeira vaga no Supremo Tribunal Federal”, declarou o presidente.

Bolsonaro buscou argumentar que no próximo ano, ocasião em que mais uma vaga será aberta devido à aposentadoria do ministro Marco Aurélio, será a vez de indicar um ministro evangélico, conforme prometido por ele.

“Nós temos uma vaga prevista para o ano que vem, também. Esta segunda vaga vai ser para um evangélico, tá certo? Agora, tá levando tiro, qualquer um que eu indicasse estaria levando tiro. Tinha uns dez currículos na minha mesa”, afirmou.

Indicação é um erro

A indicação de Kassio Nunes para o STF pode ser considerada o primeiro grande erro na gestão do presidente Jair Bolsonaro, algo que sem dúvida afetará o Brasil por décadas, caso o jurista em questão não atenda às expectativas da agenda conservadora.

Está claro que Bolsonaro quis nessa indicação “negociar” com o centrão e os atuais ministros do STF, mostrando uma postura mais flexível. Todavia, vagas na Suprema Corte são raras, pois uma vez dentro, cada ministro só está obrigado a sair ao se aposentar, com 75 anos de idade.

Nenhum dos ex-presidentes da República negociou vagas no STF. Eles fizeram indicações que atenderam suas visões morais. Bolsonaro, contudo, provavelmente com receio de ter uma indicação rejeitada pelo Senado, demonstrou fraqueza ao escolher um nome consensual que coloca em risco algo de extrema importância para a direita e os conservadores.

Conforme mídias diversas já apontaram, Kassio Nunes teve toda a sua carreira ligada a políticos da esquerda, especificamente do Partido Socialista Brasileiro, o PSB. Elogiado pelo “centrão” e pelos atuais ministros do STF, ele é nada mais do que mais um nome alinhado com à atual visão do Poder Judiciário.

Se Kassio Nunes se mostrar, de fato, moralmente alinhado com a esquerda ao longo das suas decisões, é certo que o presidente Jair Bolsonaro pagará caro na próxima eleição, em 2022, caso apareça outro nome forte entre os conservadores para disputar a presidência da República. Entenda melhor na matéria abaixo:

Apoiadores de Bolsonaro rejeitam possível indicação de Kassio Nunes para o STF

Indicação de Kassio Nunes para o STF seria “uma calamidade”, diz J.R Guzzo