A cena em que o senador Cid Gomes, irmão do ex-candidato à presidência da República Ciro Gomes tenta furar um bloqueio policial utilizando uma retroescavadeira causou indignação em muitas pessoas, especialmente entre os policias, mas não como era de se esperar em boa parte da imprensa e dos partidos políticos.

O ato de agressividade e autoritarismo cometido por um senador da República diante de uma manifestação popular, ainda que organizada de forma ilegal, não foi repudiado como deveria por aliados e os famosos “especialistas” da grande mídia.

Por outro lado, os poucos jornalistas que ainda emitem opiniões independentes se dispuseram a condenar o fatídico episódio, como o escritor Guilherme Fiuza, que usou sua rede social para ironizar a indiferença de outros com relação a este caso.

“Cid e Ciro Gomes são os violentos do bem – lambidos pela imprensa pogreçixta (sic) e pela burguesia ociosa do Leblon com vista pro sertão. A bala que Ciro Gomes prometeu a Sergio Moro em defesa de Lula tornou-se um monumento à tolerância. Este é o ‘campo democrático’ contra o fascismo”, escreveu Fiuza.

Outro jornalista que também comentou o caso foi Rodrigo Constantino, que lembrou a possível diferença de tratamento caso o episódio tivesse sido provocado pelo presidente Jair Bolsonaro.

“Se Bolsonaro pega uma retroescavadeira e tenta ‘tratorar’ invasores ilegais do MST, o foco absoluto da mídia seria seu ato truculento, imprudente, insano, fascistoide. Mas como foi Cid Gomes em cima de policiais em greve (ilegal), aí o foco é a reação policial, e Cid sai de herói”, escreveu Constantino.