Uma declaração feita pelo diretor da Força Nacional de Segurança Pública, coronel Aginaldo de Oliveira, esposo da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), virou alvo de polêmica na grande mídia desde o último domingo, quando o mesmo esteve em uma reunião para decidir o fim da “greve” de policiais militares no Ceará.

“Vocês são gigantes, vocês são monstros, vocês são corajosos. Demonstraram isso ao longo desses 10, 11, 12 dias que estão aqui dentro desse quartel, em busca de melhoria da classe, e vão conseguir”, afirmou Oliveira.

A fala de Aginaldo ocorreu um pouco antes da votação organizada pelos PMs, onde decidiriam colocar fim ou não à manifestação. Neste sentido, a intenção do coronel foi de acalmar os ânimos e demonstrar empatia com a condição salarial dos militares.

“Vocês movimentaram toda uma comissão de poderes constituídos do estado cearense e do governo federal. Então os senhores se agigantaram de uma forma que não tem tamanho, e é o tamanho do Brasil que vocês representam”, disse ele, segundo O Globo.

Durante o discurso teve também a execução do Hino Nacional e uma oração do Pai Nosso. O coronel Aginaldo aproveitou para cobrar o cumprimento dos acordos propostos pelo governo do ceará. “Não serão covardes! Será covardia se o que foi pactuado não for cumprido. A gente acredita no que foi pactuado, no que está escrito, e voltaremos à paz”, disse ele.

De acordo com a Constituição Federal, a greve de militares é ilegal. Por causa disso, parte da imprensa interpretou o discurso do coronel de forma negativa, como se o mesmo estivesse falando em defesa dos amotinados, como parte deles.

Todavia, é possível interpretar também que a intenção de Aginaldo foi demonstrar empatia e acalmar os ânimos, falando como um líder comum aos colegas de farda e não como um incentivador do motim. Foram na verdade palavras de ânimo no tocante à importância da profissão e não um incentivo à ilegalidade.