O jornalista e escritor Rodrigo Constantino fez mais uma live nesta quinta-feira para comentar a onda de ataques que vem sofrendo nas redes sociais por parte de alguns “jornalistas”, os quais lhe acusaram de fazer “apologia ao estupro” por opiniões sobre o caso do “estupro culposo”.

Em determinado trecho, Constantino mencionou uma matéria do UOL que citou uma gravação da sua filha, a Laura Constantino, mas de forma apelativa, dando a impressão de que ela teria ficado “abalada” pela fala do seu pai, quando na verdade a jovem de 18 anos ficou abalada pelos ataques que o jornalista vem sofrendo.

Uma das manchetes, por exemplo, diz: “Filha de Rodrigo Constantino diz que ficou abalada com fala do pai e o defende”. Segundo o jornalista, no entanto, Laura ficou chocada pela forma como a mídia elaborou a manchete, causando uma impressão negativa a seu respeito, ainda que tenha lhe defendido.

Ao dizer que Laura reagiu em seu favor, ligando até para prestar solidariedade ao pai, Constantino não aguentou a emoção e foi às lágrimas, interrompendo a transmissão. Pelo Twitter, ele explicou o que aconteceu:

“A live não caiu. Eu a interrompi por não ter mais condições de falar. Mas minha filha é bizarra, me ligou dizendo que estava preocupada COMIGO, e que ela tira de letra esse massacre canalha. Foi bem educada, que orgulho!”, disse ele.

Falsos moralistas, sim!

O ataque ao Rodrigo Constantino é uma demonstração do quanto a cultura do “cancelamento” é perigosa, podendo ser agressiva e intolerante, prejudicando a vida de quem é a sua vítima. No caso do jornalista, por exemplo, além de ser demitido da Jovem Pan, ele também foi demitido do Grupo Record.

E tudo por qual motivo, exatamente? Ora, Constantino emitiu uma opinião que, a nosso ver, pode ter sido infeliz na sua maneira de se expressar, passando uma ideia realmente errada acerca da responsabilidade nos casos de estupro envolvendo mulheres em situação de vulnerabilidade.

No entanto, conforme já explicamos nessa matéria, acreditamos que em momento algum Constantino quis fazer apologia ao estupro. A sua intenção, na verdade, foi expor uma situação específica, onde mulheres que fazem uso de substâncias podem se envolver de forma CONSENSUAL com alguém, mas depois alegar injustamente que sofreu estupro.

Ou seja, se houve consenso, não há como falar de estupro. Todavia, devido ao efeito de  algum entorpecente (como o álcool, por exemplo), tal pessoa pode não se lembrar do que ocorreu, inclusive da própria motivação durante o ato sexual, e por isso alegar que houve estupro.

Qualquer pessoa que já exagerou na bebida e tem experiência em “bebedeira” sabe perfeitamente que é possível interagir socialmente, inclusive sexualmente, parecendo “normal”, ainda que sob efeito do álcool, mas no outro dia não lembrar do que aconteceu ou pelo menos dos detalhes. Reconhecer essa realidade não é nenhum absurdo!

Aparentemente, portanto, Constantino não quis endossar a ideia de que um homem não deve ser responsabilizado criminalmente ao ter relações sexuais com uma mulher bêbada/drogada CONTRA a sua vontade. O estupro nesse caso é fato inquestionável, e com o agravante da vulnerabilidade.

O que o jornalista quis fazer, conforme podemos entender, foi apontar a responsabilidade da mulher nos casos em que ela se envolve CONSENSUALMENTE numa relação sexual estando sob o efeito de entorpecentes, mas vindo depois a dizer que foi estuprada por não lembrar do que ocorreu.

Outras motivações

A reação à fala de Constantino não foi motivada apenas por causa da má compreensão da sua fala, mas certamente devido às suas posturas de caráter político e ideológico.

A onda de ataques por causa de uma suposta “apologia ao estupro” foi, na verdade, nada mais do que uma oportunidade de atingir e prejudicar gravemente a honra e o trabalho profissional do jornalista que tem desafiado os seus concorrentes em vários aspectos, especialmente na audiência.

Assista abaixo o vídeo onde Constantino se emociona na parte final da gravação: