O presidente Jair Bolsonaro disse, em café da manhã com jornalistas, nesta sexta-feira (14/6), que não deve explicações a seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva, que disse “estranhar” a facada sofrida pelo atual ocupante do Planalto durante a campanha presidencial. O assunto, porém, deixou irritado mesmo o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, que chegou a dar um murro na mesa e chamar Lula de “canalha”, quando o assunto veio à tona.

Em entrevista à TVT, veiculada na noite de quinta-feira, Lula afirmou que “tem alguma coisa muito estranha” no atentado contra Bolsonaro. O presidente, nesta sexta, disse que não devia explicações ao petista, mas completou:

“Eu teria grana e influência para armar algo desse tamanho?”, questionou, ressaltando que um golpe como o que recebeu “sangra para dentro” e, por isso, não há imagens de sangue logo após o atentado, sofrido em setembro do ano passado, Juiz de Fora (MG). 

Bolsonaro também disse que, se dessem uma facada na barriga do Lula, “sairia cachaça, com certeza”. “Que eu saiba, presidiário presta depoimento e não dá entrevista. Devolvo a pergunta a Lula: quem matou Celso Daniel? Ou melhor: quem torturou Celso Daniel antes de matá-lo? Porque ele estava com hematomas”, completou, referindo-se ao assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP) em 2002.

Em seguida, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional pediu a palavra e chamou Lula de “canalha”, chegando a bater na mesa.

“Isto é o cúmulo, ele ainda aventar a hipótese de a facada ser mentira. E será que o câncer dele foi mentira? E o câncer da dona Dilma foi mentira? Alguém disse para ele isso aí, teve peito de dizer isso pra ele? Isso é uma canalhice típica desse sujeito”, afirmou Heleno. 

Para o general Lula é “desonesto” e tinha que cumprir prisão perpétua. “Não mereceu jamais ser presidente da República. Eu tenho vergonha de um sujeito desse ter sido presidente da República”, afirmou. “O presidente comentou que eu o trato de ‘senhor’. Por que eu trato de ‘senhor’? Porque eu quero dar o exemplo de uma instituição que, na minha opinião, se não é a mais importante do País, está entre as três mais importantes. É o presidente de um Poder eleito pelo povo, que merece o respeito de toda a sociedade”, concluiu Heleno. Com informações: Correio Braziliense.