O Brasil tem a fama no exterior de ser o país do futebol, carnaval e samba. É difícil discordar dessa realidade, pois basta ligar a TV e ver quantas horas por dia são gastas com programas focados nesses conteúdos e suas variantes, como o Big Brother Brasil – BBB.

São programações, por exemplo, onde análises minuciosas e repetitivas sobre apenas um lance numa partida de futebol consomem à atenção de milhões de telespectadores, diariamente.

O carnaval e o samba sintetizam o que podemos chamar de “espírito farrista” do brasileiro. Diga-se de passagem, o que está em jogo aqui não é a brincadeira e gostos pessoais sobre uma coisa e outra – não confunda – mas o significado que cada uma delas possui diante de um contexto cultural muito maior, onde a grande pergunta é: até que ponto o brasileiro sabe valorizar e gastar tempo com conteúdos realmente relevantes na TV?

O Brasil parece viver o espírito de “futebol, carnaval e samba” 24h por dia, e esse é o grande problema. A farra está na TV, por exemplo, através de programas como o Big Brothers Brasil e outros entulhos televisivos semelhantes que ocupam o horário nobre de várias emissoras.

Futebol, carnaval e samba não são problemas em si mesmos. Em nosso contexto, eles apenas representam a cultura do “pão e circo” vivenciada na atualidade, tal como na época em que os gregos e romanos, alheios à pobreza e misérias do seu povo, festejavam nas arenas a morte de escravos em desafios que serviam como “diversão” para o público.

O sacrifício nas arenas modernas (TVs) é o da inteligência, pois é preciso abrir mão do senso crítico para dedicar algumas horas a conteúdos que não acrescentam absolutamente nada ao desenvolvimento pessoal positivo, quer físico, intelectual ou emocional.

O objetivo de programas com o “BBB” é idiotizar, não há outro! Em um bom seriado, por exemplo, é possível obter informações úteis unindo conteúdo ao entretenimento, e assim evoluir em algum aspecto da sua pessoalidade.

O mesmo vale para um filme, documentários ou programas, entrevistas com um mínimo de informação. Em todos esses casos é possível aliar entretenimento e algum nível de aprendizado, mesmo que o grande objetivo seja apenas entreter.

Há entretenimento bom e ruim, é importante pensar assim. Assim como há cultura boa e ruim. Generalizar é radicalismo, mas fingir que não há diferença entre uma coisa e outra, por outro lado, é abrir mão do próprio discernimento em nome da aceitação indiscriminada de tudo, inclusive do que não presta, como o BBB.

Se queremos um Brasil melhor, como esperar isso se conteúdos como o BBB ainda atraem a atenção de milhões de pessoas? A cultura de um país reflete a qualidade moral e intelectual da sua população. Não é por acaso que, atualmente, entre os grandes “artistas” da música brasileira, por exemplo, estão Anitta e Pabllo Vittar.

O que você consome na TV, nas rádios e cinemas aponta o destino do seu país. Se queremos um Brasil melhor, portanto, devemos saber discernir conteúdos bons e ruins, a boa e a má cultura, pois caso contrário programas como o BBB continuarão alienando milhões e influenciando o rumo da nação.