O número de assinantes das principais revistas e jornais impressos do Brasil vem caindo consideravelmente, especialmente durante o governo Bolsonaro, segundo um levantamento feito pelo Poder360.

Seria o chamado ‘Bolsonaro bump’, efeito semelhante ao ocorrido nos Estados Unidos, quando foi eleito o presidente Donald Trump em 2016, quando o público mais conservador e economicamente liberal passou a consumir mais notícias.

Na prática, isso produz um efeito inverso nos veículos de comunicação considerados “esquerdistas”. Se há um aumento de assinantes e leitores dos veículos liberais e conservadores, por outro lado há queda nos progressistas.

É isso o que apontam os números aqui no Brasil, por exemplo. “Depois da vitória de Bolsonaro, em 2018, os 3 principais jornais brasileiros tiveram redução no ritmo de crescimento na circulação total somada (impresso + digital)”, informa o levantamento.

Essa tendência de queda já havia aparecido anos atrás, indicando que os grandes debates públicos entre 2013 e 2016, quando houve o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, já estava sendo influenciado pela “onda conservadora”.

Contudo, a queda vem se acentuando. “O número total de assinantes (do digital e do impresso) de 12 grandes jornais e revistas em dezembro de 2015 era de 3.054.643. Em junho de 2020, havia caído para 1.990.698. Houve uma queda de 1.063.945 (35%)”, diz o Poder360.

Veja e Época

Entre os grandes veículos citados, as revistas Veja e Época apresentaram maior queda.

“De dezembro de 2019 até maio deste ano, a revista Veja teve redução de 73.741 exemplares impressos e digitais. Isso equivale a uma queda de 13,5%. Já a Época, do Grupo Globo, teve 39.406 cópias a menos no período (queda de 25,1%)”, diz o levantamento.

Ao que tudo indica, a grande mídia sente os efeitos das críticas reiteradas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro a setores da imprensa, em particular a revistas que, de forma muito clara, faz oposição ao governo.

Além disso, o uso cada vez mais comum das redes socais como meio de informação, a exemplo das lives semanais feitas por Bolsonaro no Facebook, também devem ter influenciado a compreensão da população, sugerindo que não é preciso ser assinante de grandes editoriais para se manter informado.

Outro fator capaz de explicar essa tendência de queda livre é o surgimento e a força das mídias alternativas de viés conservador, com o Opinião Crítica, a revista Oeste, a Terça Livre, Conexão Política, Renova e milhares de outras que, não por acaso, são alvos de críticas constantes e acusações depreciativas, a fim de enfraquecer ou até mesmo impedir o seu crescimento.

Para ver em detalhes o levantamento do Poder360, clique aqui.