Ao defender o fim do isolamento social horizontal, ou seja, de toda a população, por causa do novo coronavírus, o presidente Bolsonaro divide opiniões. Entretanto, às maiores críticas com relação ao chefe do Executivo não recaem sobre o que ele argumenta no âmbito científico, mas sim ao modo como se refere à pandemia.

Por outro lado, é negável que opositores ao governo estão se aproveitando da situação para politizar a pandemia, tentando lançar sobre o presidente Bolsonaro a imagem de incapacidade diante do momento de crise.

Neste sentido, a escolha de palavras como “gripezinha” para se referir ao Covid-19 dá aos adversários a munição que desejam para alavancar suas críticas. Mas, e se fosse Lula dizendo a mesma coisa, no lugar de Bolsonaro?

Uma declaração do ex-presidiário no ano de 2009, em plena pandemia do vírus H1N1 (gripe suína) durante o seu segundo mandato, serve para ilustrar o quanto o número de reações contra um presidente depende, e muito, de quem controla os meios de comunicação e exerce influencia nos vários setores da sociedade.

“Eu acho que essa gripe não é do tamanho que parecia que ia ser porque se vendeu uma gripe que já tinha tomado conta do mundo inteiro. Ou seja, eu penso que ela existe, ela é grave, mas aqui no Brasil nós estamos cuidando para evitar que se alastre em outras pessoas”, afirmou Lula na época.

Em outras palavras, apesar de reconhecer a gravidade do H1N1 – como Bolsonaro já reconheceu sobre o Covid-19 -, Lula também falou claramente que a doença foi vendida como algo maior do que realmente é: “Não é do tamanho que parecia…”. E quem teria vendido tal impressão, senão a mídia?

Está claro, portanto, que declarações infelizes fazem parte do dia-a-dia de todo governante, visto que não são perfeitos. Obviamente a frequência e o contexto em que são ditas mudam radicalmente o peso que possuem em dado momento, mas não resta dúvida de que a balança que muitos utilizam para pesá-las é adulterada. Assista:

https://www.youtube.com/watch?v=oGaYyx2A8JQ