A nova aposta do PDT, partido cuja liderança de peso é representada pelo ex-candidato à presidência da República, Ciro Gomes, é a transexual Duda Salabert, uma professora ambientalista, vegana e ativista que se notabilizou em 2018 ao ter se tornado a primeira pessoa transgênero a se candidatar ao Senado.
Salabert se filiou recentemente ao PDT de olho nas eleições de 2020. Ele(a) saiu do PSOL após divergências com o partido e um dos seus principais representantes, o ex-deputado BBB Jean Wyllys. “O PDT garantiu que minha candidatura vai estar no protagonismo do partido em Belo Horizonte. Ainda não decidimos se vou concorrer à prefeitura ou à Câmara Municipal”, contou ele(a).
Durante sua entrevista para a Universa, da UOL, Salabert fez críticas algumas críticas à esquerda política do pais seguindo a linha estratégica de Ciro Gomes, que é a demonstração aparente de uma autocrítica, a fim de conquistar os eleitores decepcionados com os erros em grande parte do Partido dos Trabalhadores.
“A esquerda é pedante, elitista e tem um discurso excludente, distante da base. Tem, há tempos, dialogado com o próprio umbigo. Esse setor tem feito do cidadão comum uma caricatura, diz que é fascista por ter apoiado o Bolsonaro. A gente sabe que a maioria das pessoas não são fascistas, mas, sim, insatisfeitas com as políticas que o PT colocou em prática no Brasil”, disse ele(a).
SAMU para animal
Em dada ocasião, expressou uma intenção no mínimo curiosa, dado o contexto de precariedade em que se encontra a assistência de saúde no Brasil para os seres humanos. Se eleito(a) ao legislativo, Salabert pretende criar o serviço de SAMU e hospitais públicos veterinários para animais.
“É uma proposta a ser desenvolvida. Se for candidata e eleita à vereadora, gostaria de propor um Samu para animais e a construção de um hospital público veterinário para trabalhar o conceito de saúde única em que saúde animal, ambiental e humana estão interligadas”, disse.
Além dessa proposta, Duda Salabert também quer ser “resistência” ao projeto Escola Sem Partido. “Se eleita, serei, ainda, resistência direta ao projeto Escola sem Partido, que busca silenciar o debate sobre gênero e sexualidade em salas de aula. E esse debate tem de ser feito porque 91% das transexuais de Belo Horizonte não concluíram o segundo grau de acordo com uma pesquisa realizada pela UFMG. A escola ainda é intolerante à diversidade e, por isso, é preciso o debate”, declarou.