Com o dólar comercial oscilando na casa dos 4,24 reais, os críticos do governo atual estão se apressando em apontar o aumento de preço de alguns produtos como algo digno de nota. De fato, não deixa de ser verdade que ver preços subindo é preocupante, mas até que ponto esses fatores no contexto atual significa uma crítica justa?

Para esclarecer melhor, basta recordar como andavam os preços de alguns produtos básicos na era PT, onde o valor do dólar era menor, mas os produtos custavam mais caros do que o atual momento. O feijão, por exemplo, chegou a custar R$ 16,00 em alguns locais.

“Hoje, se eu chego no mercado para fazer uma compra com R$ 100 não adianta mais. Não compro mais nada”, reclamou o comerciante Dário Garcia na época, em 2016, para o G1. Entre 2015 e 2016, o preço do feijão subiu mais de 58%, mas sabe quanto o dólar chegou a custar no mesmo período? Apenas 3,56 reais.

O que explica isso? O controle interno da inflação é um fator. No governo Bolsonaro a inflação básica da taxa Selic atingiu o menor valor da história, de apenas 5%, enquanto em 2016 estava na casa dos 14%. Se atualmente a economia interna está “girando”, na era petista não estava.

Dólar alto e economia em queda resultaram no aumento exorbitante de preços. Não só o feijão encareceu, mas também a batata, a cenoura, alguns com preços de até R$ 10 o quilo. No geral, frutas, verduras e legumes sofreram reajustes superiores a 20%. 

No cenário atual, o aumento do dólar acompanha a melhora da economia interna, o que faz “segurar” os preços, apesar de haver aumento de produtos produzidos a partir de itens importados. Ainda assim, por outro lado há fatores positivos no contexto atual, segundo o professor de Economia do Ibmec Brasília Márcio de Oliveira Júnior.

Em 2016 a população fez piada com o aumento do feijão na era PT
Em 2016 a população fez piada com o aumento do feijão na era PT

 

Oliveira explica que, nessas situações, as empresas do país lucram mais com as exportações. À médio prazo, o cenário pode levar até ao aumento de emprego e de renda, afirmou o docente, segundo o Metrópoles.