Não é de hoje que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é criticada por grande parte dos seus membros. O motivo é simples: aparelhamento ideológico! Um exemplo disso, na prática, é o pedido feito pela entidade ao Conselho Nacional de Justiça para investigar o juiz da Lava Jato no Rio de Janeiro, Marcelo Bretas.

No sábado, junto a Bolsonaro e ao prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), Bretas participou de uma cerimônia de inauguração da alça que liga a ponte Rio-Niterói com a Linha Vermelha. Ele se deslocou no carro oficial do presidente e permaneceu no palco do evento junto a autoridades da política.

Bretas publicou uma “Nota de Esclarecimento” visando esclarecer a sua participação no evento. “Recebi do Sr Presidente da República o honroso convite para acompanhá-lo em sua agenda oficial no Rio de Janeiro”, escreveu o juiz. Convite aceito, por orientação do Cerimonial, dirigi-me à Base Aérea do Santos Dumond para recepcionar o representante do Estado Brasileiro, e integrar a comitiva presidencial a partir de então.”.

“Esclareço que não fui informado de quantas e quais pessoas participariam das referidas solenidades (políticos, empresários etc), bem como que realizei todos os deslocamentos apenas na companhia do Sr Presidente da República”, acrescentou Bretas.

O juiz argumentou que da sua parte não havia o conhecimento de se tratar de evento político-partidário, mas tão somente de inauguração da obra e de uma cerimônia religiosa, destacando que “a participação de autoridades do Poder Judiciário em eventos de igual natureza dos demais Poderes da República é muito comum, e expressa a harmonia entre esses Poderes de Estado, sem prejuízo da independência recíproca”.

Perseguição da OAB?

Diante do encontro de Bretas com Bolsonaro e a participação no referido evento, a OAB entrou com uma representação contra o juiz, assinada pelo presidente da entidade, Felipe Santa Cruz, um já conhecido opositor ao governo, alvo de críticas por parte da própria categoria, exatamente pelo que consideram “militância” de Felipe.

A representação sustenta que “o magistrado demonstrou conduta de caráter político-partidária”, informou o Valor, alegando que houve uma “afronta à vedação constitucional, como acompanhou a comitiva presidencial desde a chegada na cidade do Rio de Janeiro, publicando, ainda, postagens com manifestação e apreço nas redes sociais”.