O líder do PSL na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir (GO), afirmou que vai pedir sua cassação do deputado federal Daniel Silveira (RJ), por ele ter sido o responsável pela gravação da reunião em que o presidente Jair Bolsonaro é chamado de “vagabundo”.

“Isso é Conselho de Ética e apuração criminal. Vamos pedir, assim como foi feito com Eduardo Cunha (ex-presidente da Câmara), que é a cassação. O PSL vai fazer esse pedido”, afirmou Waldir ao jornal Folha de S. Paulo.

Silveira reagiu à ameaça dizendo que o partido não terá como cassá-lo por falta de motivo, ao mesmo tempo justificando a sua atitude. “Eu fiz o que tinha que ser feito. Se me cassarem eu vou bagunçar o coreto”, disse ele.

Para a “implosão” de Bolsonaro, Waldir afirmou que liberaria um áudio do presidente, onde supostamente o chefe do Executivo teria oferecido vantagens em troca do apoio para a colocação de Eduardo Bolsonaro na liderança do partido na Câmara.

“Que poder tem na mão atualmente o presidente, o líder aí? É o poder de indicar pessoas, de arranjar cargo no partido, é promessa pra fundo eleitoral pro caso das eleições, é isso que os caras têm”, pontua Bolsonaro na gravação.

Silveira usou a própria ameaça de Waldir contra Bolsonaro como argumento para justificar a sua gravação. Em outras palavras, seria uma contradição o PSL tentar lhe cassar por tal atitude.

“Não tem motivo para cassar. Se for levar em consideração que eu gravei uma conversa, o próprio Waldir afirma no áudio que usaria uma gravação contra o presidente. Então isso pende só para um lado? Eles não estão acostumados a ter um deputado que nem eu. Pau que bate em Chico, bate em Francisco. Eu vou para a guerra com um garfo, não preciso nem de um fuzil”, disse ele, segundo o Metrópoles.

“Divulguei o áudio da reunião com um único fato gerador: a tentativa de fusão do PSL com o DEM, que ia tornar a governabilidade para o presidente impossível. Se qualquer um estiver articulando contra o país, a gente tem que divulgar”, argumentou.