O pacote de medidas apresentado nesta terça-feira (5) pelo governo federal foi visto como um novo marco na economia brasileira por economistas ouvidos pela Folha.

Claudio Considera, pesquisador do IBRE/FGV, afirma que as medidas podem ser comparadas em termos de importância ao Plano Real (1994) e ao PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo), elaborado em 1964 pelos ministros Octávio Gouvêa de Bulhões e Roberto Campos.

“Está se tentando fazer uma mudança institucional que prepara o país para voltar a crescer. É uma transformação muito grande. Tirar o estado da economia e deixar o setor privado prevalecer”, afirma o economista. 

Considera citou, por exemplo, as medidas emergenciais que permitem controlar melhor os gastos públicos e que permitem cumprir as regras previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal. “Acho que o Congresso vai entender que não tem saída. Para o país voltar a crescer, tem de fazer as transformações que estão lá.”

O diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente), Felipe Salto, afirmou que as medidas estão na direção correta para tentar melhorar a situação das contas públicas. Para ele, a PEC da Emergencial é a principal medida neste sentido, pois retoma uma ideia defendida pela própria IFI, de antecipar o disparo dos gatilhos previstos na Regra do Teto de Gastos para frear o crescimento das despesas públicas. (Folha de S. Paulo).