Novas mensagens ilegais da novela mexicana protagonizada pelo site Intercept Brasil, em parceria com o jornal Folha de S. Paulo e outras mídias de replicação, supostamente atribuídas ao ex-juiz da Lava Jato e agora ministro da Justiça, Sérgio Moro, foram rebatidas pelo mesmo nesta quinta-feira (18).

“Sobre a matéria da Fsp [Folha de S. Paulo]: O juiz tem não só o poder, mas o dever legal de não homologar ou de exigir mudanças em acordos de colaboração excessivamente generosos com criminosos. Não foi, aliás, essa a crítica a acordos como os dos sócios da JBS (que não passaram por mim)?”, postou Moro em sua rede social.

“Mais uma vez, não reconheço a autenticidade de supostas mensagens minhas ou de terceiros, mas, se tiverem algo sério e autêntico, publiquem. Até lá não posso concordar com sensacionalismo e violação criminosa de privacidade”, completou o ministro.

No conteúdo das mensagens atribuídas ao ministro, está o que seriam diálogos entre ele e colegas da operação Lava Jato. “A título de sugestão, seria bom sondar Moro quanto aos patamares estabelecidos”, teria dito Deltan Dallagnol para Carlos Fernando dos Santos Lima, que conduzia as negociações com a Camargo Corrêa, em 2015, segundo a Folha.

A Folha de S. Paulo fez uma interpretação do conteúdo, mostrando mensagens supostamente verdadeiras de forma aleatória, em sintonia com a mensagem que a reportagem deseja transmitir ao leitor, ou seja, sem a transcrição fiel do conteúdo original, em sequência, para que o próprio leitor pudesse fazer a sua interpretação.

Ao invés disso, o jornal constrói uma narrativa sobre as mensagens, fazendo com que o leitor assimile a interpretação do jornal como um fato, quando na verdade não passa de uma leitura pessoal do redator baseada em recortes de texto.

Arquivamento da investigação

Às supostas denúncias do Intercept Brasil são tão vazias de material contundente e confiável, que a Procuradoria Geral da República (PGR), sob o comando de Raquel Dodge, pediu na quarta-feira (17) o arquivamento de um pedido de investigação movido pelo Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia (CAAD) contra o ex-juiz Sérgio Moro e os procuradores do MPF expostos nas conversas.

A PGR considerou que não há elementos suficientes para dar andamento à investigação. Na prática, isto significa que todos os ataques até então feitos pelos integrantes do Intercept Brasil aos procuradores da Lava Jato só tiveram efeito midiático, e olhe lá!