A decisão do Supremo Tribunal Federal em revogar a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância já pode ser vista como um jogo de cartas-marcadas pelo público.
O principal indício disso está na reação imediata da esquerda após a decisão, demonstrando um nível de certeza sobre a libertação de Lula, no mínimo, estranha em se tratando de um processo judicial que supostamente nada teria a ver com o ex-presidente.
Essa tese foi reforçada após uma declaração do ex-presidente dada ao coordenador do Movimento Sem Terra (MST) direto da prisão em Curitiba. “O Lula me falou: avisa lá para os sem-terra que eu vou sair mais à esquerda do que entrei.”, disse ele, segundo O Globo.
Editoriais de mídias associadas à esquerda já dão como certa a libertação de Lula, outro elemento que aponta para suspeita de que o julgamento do STF sobre a prisão após condenação em segunda instância foi, na verdade, articulado exclusivamente em prol do ex-presidente.
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, também reforçou essa tese ao fazer uma declaração após visita ao presidiário: “Tire essa foto porque vai ser a última aqui”, disse ela ao deixar a PF por volta das 18h da quinta-feira aos fotógrafos que registravam sua visita, segundo o UOL.
Para agravar ainda mais a suspeita, tal declaração ocorreu horas antes do resultado final proferido pelo STF, ou seja, como se a mesma já soubesse o desfecho da decisão.
“Ele [Lula] disse que, ao sair, quer preparar um grande pronunciamento à nação e discutir os desafios que o Brasil enfrenta. Falou muito da grande luta contra o neoliberalismo.”, destacou o coordenador do MST.
O elevado grau de certeza envolvendo a soltura de Lula serve como indício de comprometimento do próprio STF, visto que indica uma articulação visando beneficiar o condenado. Cabe ao governo brasileiro e à população reagir diante de tal situação, ainda que isso exija medidas drásticas, como o acionamento do artigo 142 da Constituição Federal.