O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou há pouco a carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba após a decisão da Justiça Federal que autorizou sua soltura. Lula estava preso desde 7 de abril do ano passado pela condenação no caso do triplex do Guarujá (SP), um dos processos da Operação Lava Jato.
Lula deixou a sede da PF pela porta da frente, acompanhado por parlamentares do PT e seus advogados. Ele caminhou em direção aos apoiadores que o esperavam em um palco, onde fez um pronunciamento aos militantes.
Em um discurso de aproximadamente 20 minutos, Lula agradeceu aos militantes do PT que fizeram um acampamento na frente da PF em Curitiba durante os 580 dias de duração da prisão. O ex-presidente também disse que vai retornar para São Paulo e participará de reuniões no Sindicato dos Metalúrgicos durante o fim de semana.
“Não pensei que no dia de hoje poderia estar aqui, conversando com homens e mulheres que, durante 580 dias, gritaram aqui ‘bom dia, Lula’. Vocês eram o alimento da democracia para eu resistir”, afirmou.
A liberdade do ex-presidente foi proferida pelo juiz Danilo Pereira Júnior, após a defesa de Lula pedir a libertação do ex-presidente com base na decisão proferida ontem (7) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou a validade da execução provisória de condenações criminais, conhecida como prisão após a segunda instância.
Ao sair da prisão em menos de 24 horas após a decisão do STF, Lula e sua equipe de apoiadores reforçam a suspeita de muitos acerca do apatrinhamento jurídico-político dos ministros da Corte, entre eles Dias Toffoli, conhecido por ter atuado como advogado do Partido dos Trabalhadores no passado.
Entretanto, figuras como o ministro Sérgio Moro e a advogada Janaína Paschoal já se manifestaram nesta sexta-feira pedindo calma aos apoiadores da Lava Jato, orientando que o caminho contra a decisão polêmica do STF é a criação de uma Emenda Constitucional para estabelecer, de fato, a legalidade da prisão após condenação em segunda instância.