Resolução do Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro cria um grupo técnico que tem por objetivo dinamizar a área regulatória para o desenvolvimento do setor nuclear do país.

O documento, publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira (30), diz que o grupo será integrado por representantes dos ministérios de Minas e Energia; Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; Meio Ambiente; e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.

O Centro Tecnológico da Marinha, em São Paulo; a Secretaria Especial da Receita Federal; A Comissão Nacional de Energia Nuclear; a Eletrobras- Eletronuclear; o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis; as agências Nacional de Vigilância Sanitária; Nacional de Saúde Suplementar; Nacional de Mineração; e Naval de Segurança Nuclear e Qualidade integrarão também o grupo, cabendo a coordenação das atividades ao representante do GSI.

O grupo técnico terá por objetivo preparar em 180 dias, a contar de hoje, podendo ser prorrogado por mais 180 dias, um relatório propondo diretrizes e metas para viabilizar a dinamização da área regulatória para o desenvolvimento do setor nuclear brasileiro, concluso ao Coordenador do Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro.

 Comentário:

A notícia é excelente! O Programa de Desenvolvimento Nuclear Brasileiro é crucial para o Brasil, por inúmeros motivos. Bem diferente do que muitos imaginam quando ouvem a palavra “nuclear”, essa energia não serve apenas para o desenvolvimento de armas.

A energia nuclear é vital para o desenvolvimento de várias tecnologias, como equipamentos de saúde, avanço aeroespacial (comunicação), suficiência de combustíveis e sim, obviamente, para o fortalecimento da soberania nacional mediante a defesa militar.

Poucos países no mundo dominam a produção de energia nuclear, de modo que o Brasil, uma vez entrando neste seleto grupo, reforça a sua imagem como uma potencia mundial em desenvolvimento. Na prática, isto significa maior poder de comercio exterior e poder de influência diplomática nas decisões que afetam o globo.

Além disso, com o crescimento da nossa economia lado às recentes ameaças à soberania nacional em função da Amazônia, é vital que o Brasil possua tecnologia nuclear suficiente para, se preciso, usar em seus equipamentos de defesa, com o projeto PROSUB, o qual está desenvolvendo o primeiro submarino nuclear do país.

É inegável que essa decisão do governo Bolsonaro não seja, também, uma forma de mostrar ao mundo que o Brasil possui condições de avançar em seu programa nuclear e está disposto à utilizar sua rica reserva de urânio para esse fim. Nada pode ser descartado para o futuro.