O ministro das Relações Exteriores do Governo Bolsonaro, Ernesto Araújo, publicou um texto em seu blog pessoal desmentindo uma matéria da revista Época que lhe acusou de ter negado a existência do aquecimento global, lhe atribuindo uma fala que o mesmo negou ter dito.

“A afirmação colocada entre aspas não corresponde nem ao conteúdo literal nem ao teor geral do que eu disse. Essa falsa atribuição me parece extremamente grave do ponto de vista da ética jornalística”, escreveu Ernesto.

A fala do qual ele se refere, e essa: “Não acredito em aquecimento global. Vejam que fui a Roma em maio e estava tendo uma onda de frio enorme. Isso mostra como as teorias do aquecimento global estão erradas”, disse a Época.

Na abertura da matéria, a Época colocou: “Ernesto Araújo deixou colegas do Itamaraty desconfortáveis ontem, durante uma reunião com os diplomatas da Secretaria de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania, ao negar a existência do aquecimento global e usar um exemplo pessoal para provar o seu ponto”.

O ministro, no entanto, negou tais afirmações, explicando que foi citado de modo errado, mas intencional, visto que o jornalista que assina a matéria fez uso de recurso linguístico para citá-lo.

“Não pronunciei a frase que me é atribuída entre aspas. O uso de aspas em matéria jornalística indica o caráter textual de uma afirmação. Ademais, na matéria a frase é introduzida pela expressão ‘disse Araújo’ e seguida pela expressão ‘contou’, indicando claramente que se trata de citação textual, sem deixar qualquer margem à interpretação de que esse seria simplesmente o teor geral de uma determinada fala”, completou Ernesto.

O ministro negou ter utilizado tais palavras para negar o aquecimento global, mas não disse que acredita em tal teoria, visto que “existem elementos científicos capazes de colocar em questão a teoria do aquecimento global. Há indícios de que a teoria é falsa. E há insuficiência de indícios de que a teoria seja verdadeira”.

“Dezenas de reputados cientistas questionam, de diferentes maneiras, a teoria de que o mundo se encontra num processo de aquecimento sem precedentes e catastrófico originado pelo aumento de emissão de dióxido de carbono proveniente da atividade humana. Convido quem quiser aprender a respeito a pesquisar a obra de Richard Lindzen, Roy Spencer, Roger Pielke Jr., Nir Shaviv, Patrick Michaels e vários outros climatologistas que denunciam a insuficiência científica da teoria do aquecimento global antropogênico”, completou o ministro.

Ernesto Araújo nega que o Brasil ignora a preservação do meio ambiente, mas defende a pluralidade de ideias no âmbito científico. Como um dos fundamentos dos seus argumentos, o ministro citou “o trabalho absolutamente fundamental do Professor Ricardo Felício sobre o tema”. Abaixo, o leitor poderá assistir uma apresentação feita por Felício no Senado Federal: