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Deputado do PSOL entra com ação contra Bolsonaro por “racismo” e “LGBTFobia”

O presidente Jair Bolsonaro está para enfrentar mais uma acusação vinda da oposição, dessa vez por suposta prática de “racismo” e “LGBTfobia”. A medida foi protocolada pelo deputado Distrital Fábio Felix (PSOL) nesta segunda-feira (23) na Procuradoria Geral da República.

A reação é fruto de uma declaração feita por Bolsonaro na última sexta-feira (21), quando conversava com jornalistas na saída do Palácio da Alvorada. Ao ser questionado sobre um possível “deslize” do seu filho, Flávio Bolsonaro, o presidente respondeu em tom irritado:

“Você tem uma cara de homossexual terrível. Nem por isso eu te acuso de ser homossexual. Se bem que não é crime ser homossexual”.

Bolsonado quis dizer, em outras palavras, que não trata o filho de um jeito específico pela aparência ou pelo que os outros dizem a seu respeito. No caso, como Flávio Bolsonaro não foi formalmente acusado por crimes (a mídia divulgou dados vazados), mas está apenas em investigação, o presidente deu entender que não tratará o filho como um culpado sem elementos concretos.

A declaração do presidente, no entanto, deu motivo para a oposição acusá-lo novamente de “homofobia”, visto que o mesmo fez uma comparação inconveniente para o contexto. Apesar de esclarecer que “não é crime ser homossexual”, a escolha das palavras terminou agindo contra o presidente.

Ação por “racismo” e “LGBTfobia”

Foi com base nessa declaração que o deputado Fábio Felix entrou a representação contra Bolsonaro, segundo o Jornal de Brasília.

No documento encaminhado à PGR, a atitude do presidente é classificada como “discriminatória, pois busca induzir a segregação de uma minoria sexual simplesmente pela sua aparência, modo de se comportar, de se portar e de se relacionar com outra pessoa, afetiva ou sexualmente”.

Outra parlamentar que também se manifestou sobre a declaração de Bolsonaro foi Janaína Paschoal (PSL-SP). Ela condenou a fala do presidente, mas ponderou que não há elementos que evidenciem o acometimento de um crime de responsabilidade.

A advogada do impeachment de Dilma Rousseff, no entanto, pediu aos aliados do presidente que o aconselhem para ter mais ponderação. “Quero muito que aqueles que estão ao lado do Presidente entendam que não ajudam instigando esse estilo dele. Só o afundam!”, escreveu ela em sua rede social.

“Não obstante, digo, sem medo de errar, que não há elementos para impeachment. Não digo isso para que ele fique sossegado e insista nos erros. Digo, pois estão tentando criar uma situação que, juridicamente, não se sustenta”, completou Janaína.

 

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