O presidente Jair Bolsonaro fez um novo pronunciamento na noite desta quarta-feira (08), e mais uma vez acertou na dosagem. Após dias de tensão por causa de conflitos com o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, o presidente trouxe mais tranquilidade ao país falando de união e cooperatividade.

“Nosso objetivo principal sempre foi salvar vidas”, afirmou o presidente, que também “prestou solidariedade às famílias que perderam seus entes queridos na guerra que estamos enfrentando”.

Bolsonaro falou que tem “a missão de decidir sobre as questões do País de forma ampla, usando a equipe de ministros que escolhi para conduzir o destino da nação. Todos devem estar sintonizados comigo”, dando a entender que cobrou sintonia dos ministros na última reunião ministerial na segunda-feira.

O presidente não atacou os governadores, mas pelo contrário, destacou à autonomia deles em seus estados, deixando implícita a ideia de que decisões extremadas são responsabilidades dos mesmos e não do governo federal. Uma colocação sábia onde a crítica está presente, mas de modo sutil.

Bolsonato também ressaltou medidas tomadas pelo governo para auxiliar a população, como a liberação do auxílio emergencial de R$ 600 para autônomos, MEIs e pessoas sem renda fixa. O presidente também defendeu a necessidade de medidas econômicas, sem deixar de considerar a prevenção contra o coronavírus.

“As consequências do tratamento não podem ser mais danosas do que a própria doenças. O desemprego também leva à pobreza, à fome e à miséria”, disse ele, que completou: “Tenho certeza de que a grande maioria dos brasileiros quer voltar a trabalhar.”

Roberto Kalil

O presidente também citou o Dr. Roberto Kalil, um dos médicos mais renomados do mundo, brasileiro, que nesta quarta revelou ter usado a cloroquina para se curar do coronavírus, diferente do seu colega David Uip, aliado do governador João Doria, que se recusou a revelar essa informação.

“Ele disse que, mesmo não tendo finalizado o protocolo de testes, receitou o medicamento agora para não se arrepender no futuro. Essa decisão pode entrar para a história”, afirmou o presidente.

Finalmente, Bolsonaro sai fortalecido com seu novo pronunciamento, após tensão com o ministro Henrique Mandetta, pois soube demonstrar equilíbrio em um momento de crise institucional, sem deixar de defender o que acredita e sem fazer uso de agressões desnecessárias em rede nacional.