A deputada federal e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, publicou um vídeo em suas redes sociais onde mostra o momento em que ela, familiares e o ex-senador Lindberg Farias são xingados por populares na saída de um hotel, no Rio de Janeiro.

Gleisi estaria no Villa Galle, um hotel que fica situado na Lapa, quando o incidente ocorreu. Na gravação que – vale destacar, não mostra em detalhes o início da confusão – é possível ouvir alguns hóspedes do hotel gritando: “Vai pra Cuba”.

A deputada Gleisi Hoffmann, por outro lado, respondia com um “vai pro inferno”, até que em dado momento um homem acusado de iniciar a agressão aparece sendo empurrado, quando o vídeo encerra. Como esperado, a gravação causou repercussão entre apoiadores e adversários da petista.

A deputada Carla Zambelli, por exemplo, elogiou a atitude dos populares contra Gleisi. “Não tenho o hábito de aplaudir atitudes de intimidação frente a pessoas, principalmente quando estão em menor quantidade”, escreveu a parlamentar em sua conta no Twitter. “Mas, nesse caso, bato palmas para os cidadãos, pois não vejo como intolerância. É a tal da lei do retorno, os tempos são outros.”.

Quem também enxergou de forma positiva o ato de repúdio dos populares à defensora política do ex-presidente Lula foi a deputada Bia Kicis, que comentou:

“Perdoem-me por invadir o domingo de vcs com uma visão dos infernos mas tinha que compartilhar c/ vcs a amante mais querida do Brasil recebendo o amor que ela merece. E no final, ela não resiste e solta o nome que ela não consegue esquecer.”.

Kicis se referiu ao nome “Bolsonaro”, utilizado por Gleisi Hoffmann contra os hóspedes que lhe intimidaram.

Vitimismo?

Como era de se esperar, Gleisi e os tabloides esquerdistas estão tratando o caso como tentativa de agressão, e não apenas verbal, mas em sentido físico mesmo.

“Neste sábado (29/02), quando já estava de saída de um hotel no Rio em direção ao aeroporto, com minha filha de 14 anos, um grupo de bolsonaristas me abordou com ofensas, palavrões e ameaças físicas”, escreveu a deputada em sua conta no Facebook.

“Já conhecemos este tipo de comportamento que é padrão dos seguidores da extrema direita. Não aceito insulto desse pessoal que tem na violência seu principal argumento”, completou a deputada.

A verdade, porém, é que hostilidades, intimidações, xingamentos e ameaças são práticas vistas com “naturalidade” entre os ativistas da esquerda. Basta recordar das manifestações de rua, onde a queima de pneus, destruição do patrimônio público e ataques aos policiais são repetitivas.

Sem muito esforço, com uma rápida pesquisa na internet é possível encontrar também inúmeros casos de estudantes, apoiadores de Jair Bolsonaro, hostilizados em universidades e escolas. Sem contar os casos de pessoas que foram fisicamente feridas por causa de confrontos dessa natureza. Em todos eles, nenhuma liderança da esquerda se manifestou para repudiar tais agressões.

Foi crime?

A violência, quer seja verbal ou muito menos física não deve ser endossada, mas atos como o ocorrido com a deputada Gleisi devem ser antes de tudo analisados propriamente em termos jurídicos, pois se houve uma manifestação popular contrária a sua presença no local, sem a utilização de termos ofensivos à imagem da parlamentar, não há como se falar em crime.

Um simples “vai pra Cuba”, por exemplo, não pode ser considerado ato criminoso, mas sim uma manifestação de ideia, a qual todos tem o direito de expressar. Isto porque faz parte da vida pública se expor à aprovação ou reprovação popular, o que não é diferente para Gleisi Hoffmann.

Se houve ofensa à honra, com xingamentos envolvendo calúnias, por exemplo, ai a cena muda de figura, mas para tanto a deputada terá que provar, ciente de que a regra jurídica vale para ambos os lados.

Finalmente, o que fica constatado mais uma vez é que os líderes da esquerda estão provando, na prática, que a realidade é bem diferente da que eles apregoam nas mídias. Que estão sendo, sim, reprovados e repudiados pela população, especialmente em ambientes tidos como frutos do “capitalismo”. Neste caso, um “vai pra Cuba” faz todo sentido.