O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, já havia comentado a possibilidade de revogação da possibilidade de prisão após condenação em segunda instância, sendo taxativo quanto ao modo como o Brasil é visto no exterior por essa e outras questões judiciais.

“Nós precisamos ter consciência de que não ingressaremos no grupo dos países desenvolvidos sem o enfrentamento com determinação da corrupção”, afirmou o ministro em outubro passado durante uma entrevista.

Como quem previa a revogação da medida no mês seguinte, Barroso fez um desabafo: “O mundo nos vê como um paraíso de corruptos e acho que nós temos que superar essa imagem, e não há como superar essa imagem sem o enfrentamento determinado da corrupção, dentro da Constituição e dentro das leis”, disse ele.

Barroso foi um dos cinco ministros que votaram contra a revogação da prisão após segunda, sendo vencidos por 6 a 5 no placar geral. O ministro foi taxativo ao dizer que os principais beneficiados com a decisão são os corruptos de “colarinho branco”, uma referência aos políticos como o ex-presidente Lula, Sérgio Cabral, Eduardo Cunha e outros.

“Os que são criminosos violentos, em muitos casos se justificará a manutenção da prisão preventiva. Portanto, no fundo, no fundo, o que você vai favorecer são os criminosos de colarinho branco e os corruptos”, disse ele, segundo o UOL.