A indicação de Augusto Aras, feita pelo presidente Jair Bolsonaro para o cargo de procurador-geral da República, pode ser explicada através de um compromisso feito pelo subprocurador com uma carta da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE).

A ANAJURE é a maior organização de juristas evangélicos da América Latina e tem exercido um papel de influência cada vez maior na política brasileira nos últimos anos. Em seu documento de dez páginas, o qual Aras teve acesso, a entidade fala sobre temas como:

Liberdade religiosa, sexualidade, aborto, gênero, conceito de família, acolhimento de refugiados, ensino confessional, repressão à corrupção e separação dos Poderes, entre outros. Parte do texto sugere posições institucionais que, no entendimento da associação, deveriam ser adotadas pelo Ministério Público e pelo governo, informou o Estadão.

“Ele (Aras) falou que é conservador, leu a carta e está de acordo com os princípios ali elencados”, disse o presidente da ANAJURE, Uziel Santana. “Ele se comprometeu com a pauta prevista, tanto moral quanto de combate à corrupção”, destacou.

Santana ainda ressaltou que “há uma desconstrução de valores morais nos últimos anos, a imposição de uma agenda contrária ao pensamento de pais e famílias, da igreja. E isso não é bom”, explicando que a posição da ANAJURE não se confunde com a imposição dos seus valores, mas da defesa da liberdade religiosa e moral da maioria dos cristãos.