O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados para ser indagado pelos parlamentares sobre a divulgação ilegal de mensagens atribuídas a ele e aos procuradores da operação Lava Jato, pelo site Intercept Brasil.

Moro chegou por volta das 14h desta terça-feira (02/07/2019) e a expectativa é de que a audiência termine pouco antes do confronto entre Brasil e Argentina, pela Copa América, marcado para 21h30.

Logo no início da sua fala, o ex-juiz destacou números da Operação Lava Jato, que ele coordenou antes de assumir o ministério. Na sequência, assim como fez em seu discurso no Senado, Moro argumentou que a força-tarefa foi uma das maiores da história do Brasil contra a corrupção.

Mais uma vez com muita serenidade, Sérgio Moro precisou ouvir com “sangue frio” declarações claramente teatrais de alguns deputados oposicionistas contra o ministro, que chegaram a pedir a demissão do mesmo em tom de exaltação.

Após a primeira tensão inicial, o líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), passou a questionar o ministro. 

“Imagino que nenhum dos deputados aqui, nem mesmo Vossa Excelência, gostaria de ser julgado por um juiz que saiba que tem lado. O juiz precisa proteger sua imparcialidade e Vossa Excelência sabe bem disso. Quando sugere que se formalize uma denúncia, que seja ouvida determinada testemunha, não concorda que neste momento coloca em risco sua imparcialidade?”, perguntou Molon.

Moro limitou-se a autoavaliar a própria atuação: “Lhe asseguro que sempre agi com correção, com imparcialidade”, sustentou. E alegou que o sucesso da Lava Jato, as reações positivas em todo o país e no exterior pelo “esforço contra a corrupção”, lhe davam razão na avaliação.

“Eu não reconheço a autenticidade dessas mensagens, eu não as tenho mais no meu celular. Algumas até podem ser minhas, mas podem ter sido adulteradas total ou parcialmente’, afirmou o ministro.

“Ao que me parece é que alguém com muito recurso está por trás disso. O objetivo é invalidar as condenações da Lava Jato e impedir novas investigações”, disse Moro, após afirmar que seu celular foi invadido por hackers. Assista ao vivo abaixo: