A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, ironizou uma reportagem da revista Folha de S. Paulo, que criticou sua fala ao dizer que não possui o “dever” de construir o Memorial da Anistia.
A resposta de Damares foi dada ao Ministério Público Federal após o órgão questionar a descontinuidade das obras. Informação é da coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, publicada na segunda-feira (16).
A decisão de Damares, no entanto, não é por acaso. Segundo a ministra, a Polícia Federal identificou indícios de corrupção envolvendo a construção do Memorial. “Quando fui averiguar as condições do ‘monumento’, imediatamente denunciei o descaso com o dinheiro público e os fortes indícios de corrupção”, escreveu Damares em suas redes sociais.
“Nossa competente Policia Federal já havia iniciado uma investigação criteriosa sobre o monumento da anistia. A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito das investigações sobre as irregularidades na execução do projeto de implantação do Memorial da Anistia Política do Brasil, financiado pelo Ministério da Justiça e executado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Onze pessoas foram indiciadas pela prática de crimes cujas penas máximas somadas totalizam 32 anos”, completou.
“A Polícia Federal descobriu ainda que “a maioria dos estudantes e dos pesquisadores que recebiam bolsas para desenvolver pesquisas de conteúdo para a Exposição de Longa Duração foi instada a repassar parte de suas bolsas para alguns investigados. Em outra situação, ao induzir bolsistas a engano, alguns investigados obtiveram parte da remuneração dos pesquisadores”, destacou.
Por essa razão, Damares indicou lamentar o fato da Folha de S. Paulo não destacar os indícios de corrupção na construção do Memorial, mas ao invés disso, sugerir aos leitores que a decisão de enbargar a obra (que deveria ter sido concluída em 2014), seria por um ato deliberado da ministra.
“Ainda vamos ouvir muito barulho”, publicou Damares ao compartilhar a matéria da Folha.