A ativista Sara Winter foi presa pela Polícia Federal, em Brasília, na manhã desta segunda-feira (15). A prisão foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Sara Winter é apontada como líder do grupo “300 do Brasil”, que reúne apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro, e tem feito manifestações há semanas em Brasília aos finais de semana.

A prisão ocorre dentro do inquérito que investiga os movimentos chamados por alguns ministros do Supremo e grande parte da imprensa de “antidemocráticos”, e segundo informações do G1 não teria relação com a investigação sobre supostas “fake news.”

Ao todo, outras cinco pessoas foram presas. As identidades não haviam sido divulgadas até a publicação desta reportagem.

Ao autorizar a abertura do inquérito, em maio, Moraes disse que “é imprescindível a verificação da existência de organizações e esquemas de financiamento de manifestações contra a Democracia e a divulgação em massa de mensagens atentatórias ao regime republicano, bem como as suas formas de gerenciamento, liderança, organização e propagação que visam lesar ou expor a perigo de lesão os Direitos Fundamentais, a independência dos Poderes instituídos e ao Estado Democrático de Direito, trazendo como consequência o nefasto manto do arbítrio e da ditadura”.

Acusação de ameaças aos poderes

A prisão de Sara Winter ocorre sob acusações de que o grupo de manifestantes do qual faz parte estaria fazendo ameaças aos poderes constituintes do país. A ativista já havia sido alvo de um mandado de busca e apreensão também expedido por Alexandre de Moraes com base no inquérito das “fake news”.

A ex-feminista manteve suas críticas contra o Supremo ao longo dos últimos dias, recebendo o apoio de colegas de militância. No último sábado, por exemplo, eles entraram no Congresso Nacional, onde ficaram por 30 minutos, segundo o R7.

O conteúdo mais polêmico produzido por Sara Winter, no entanto, foi uma declaração em que ela disse que gostaria de “trocar socos” com Alexandre de Moraes:

“Pena que ele [Moraes] mora em São Paulo. Porque se ele morasse aqui eu já estava na frente da casa dele convidando para trocar soco comigo. Juro por Deus. Essa é a minha vontade. Queria trocar soco com esse f* da p*, esse arrombado. […] Pois você me aguarde, senhor Alexandre de Moraes. Nunca mais vai ter paz na sua vida. A gente vai infernizar sua vida, vamos descobrir os lugares que o senhor frequenta, a gente vai descobrir quem são as empregadas domésticas que trabalham para o senhor. A gente vai descobrir tudo da sua vida até o senhor pedir para sair. Hoje o senhor tomou a pior decisão da sua vida”, disse em vídeo publicado nas rede sociais.

No último final de semana, fogos de artifícios foram disparados por manifestantes contra a sede do Supremo Tribunal Federal, o que também despertou críticas dos ministros. Não há, contudo, acusações de que Sara estaria envolvida nesta ação.