A saída do ex-deputado Jean Wyllys do Brasil, no ano passado, sob a justificativa de que estaria sofrendo ameaças de morte no país após a vitória de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais, pode se desdobrar em um caso de investigação policial contra o ativista LGBT.

Isso porque, segundo o deputado federal José Medeiros (Podemos), existe a suspeita de que Jean Wyllys teria vendido o seu mandato de deputado para David Miranda, o companheiro do jornalista Glenn Greenwald, um dos fundadores do site The Intercept Brasil, responsável pela divulgação de mensagens ilegais supostamente envolvendo o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e os procuradores da operação Lava Jato.

Com base nisso, Medeiros solicitou à Polícia Federal (PF) a abertura de investigação para apurar se Jean Wyllys teria mesmo vendido seu o mandato na intenção de colaborar de alguma forma contra o atual governo brasileiro.

“Tais fatos não me parecem ser mera coincidência”, escreveu Medeiros no documento enviado à PF, onde correlaciona as mensagens do Intercept Brasil com a saída de Wyllys do país. alertando para o que considera uma “invasão cibernética promovida e patrocinada por estrangeiros”, segundo informações do site O Antagonista.

“Tem que parar de ser ingênuo. Há um claro objetivo político de desestabilizar tudo, para a Lava Jato e impedir a reforma da Previdência. Estamos em guerra contra uma quadrilha”, disse Medeiros ao portal, quando informou dias atrás que solicitaria a investigação da PF, a qual já foi confirmada nesta quarta-feira (03).

PF fecha o cerco a hackers e descobre ligação com espionagem russa

O nome de Jean Wyllys havia surgido inicialmente em denúncias feitas por um grupo, supostamente de crackers (termo utilizado para definir os hackers do bem) brasileiro chamado “Pavão Misterioso”, que teria descoberto a conexão do ex-BBB com os integrantes do Intercept.

Inicialmente o “Pavão Misterioso” (que deletou sua conta no Twitter assim que concluiu as denúncias) não foi levado muito a sério, mas depois uma matéria da revista Istoé revelou que a Polícia Federal já estava seguindo suas pistas, e com fartos indícios de que às tais denúncias são, de fato, verdadeiras.

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