Com a deflagração da operação “Spoofing” pela Polícia Federal nesta terça-feira (23), que teve como objetivo cumprir quatro mandados de prisão temporária e sete de busca e apreensão de alvos suspeitos de envolvimento na invasão de celulares do ministro Sergio Moro e outros integrantes da Lava Jato, o nome do jornalista Glenn Greenwald disparou nos assuntos mais comentados nas redes sociais.

No Twitter, o termo “corre Verdevaldo” está no topo dos assuntos do momento, após os internautas promoverem uma enxurrada de hashtags com o apelido atribuído ao editor do site Intercept Brasil, que nada mais é do que uma tradução debochada do seu sobrenome que terminou “pegando” entre os críticos.

Contudo, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Leite Valeixo, informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) também nesta terça-feira que não há investigação em curso contra Glenn Greenwald. Por ter feito o comunicado no mesmo dia em que a operação foi deflagrada, aparentemente o objetivo foi minimizar possíveis reações precipitadas.

“Foram consultadas as áreas técnicas deste órgão policial, a saber, a Corregedoria-Geral da Polícia Federal, a Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado, a Diretoria de Inteligência Policial e a Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná, restando evidenciado que não há inquérito policial instaurado com o objetivo de apurar a conduta do jornalista Glenn Greenwald”, disse Valeixo, segundo a Veja.

Possível estratégia da PF em curso

No âmbito da investigação criminal, publicizar informações que podem ser consideradas vitais não é uma opção. Da mesma forma que a operação Spoofing foi deflagrada em sigilo, vindo à tona já em curso (como sempre fizeram os agentes da Lava Jato), um possível mandado de prisão surpresa contra os integrantes do Intercept Brasil não é algo descartado.

Além disso, deflagrar uma operação a fim de prender possíveis suspeitos anônimos também pode ser uma estratégia da Polícia Federal, como forma de ludibriar os verdadeiros mandantes do crime, em outras palavras, mexendo no tabuleiro com jogadas “falsas” para provocar o erro do oponente.

Se alguma dessas duas possibilidades estiverem em curso – provavelmente estão – Greenwald e a sua equipe de “jornalistas” podem estar indo, sem perceber, direto para uma armadilha dos agentes da Inteligência Brasileira, ainda que pensem o contrário.