A saída de Sérgio Moro do ministério da Justiça e Segurança Pública representa um “baque” gigantesco no governo do presidente Jair Bolsonaro. Ao anunciar a sua demissão voluntária logo após a saída do então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, o agora ex-ministro abriu uma ferida junto ao Planalto.

Ferida essa que agora será explorada ao máximo pela oposição e já incomoda os aliados mais fiéis do presidente Bolsonaro.

O motivo é óbvio! Sérgio Moro se tornou o maior símbolo de combate à corrupção no país, obtendo amplo apoio popular. Foi com base no trabalho do então juiz da Lava Jato, na 1ª instância de Curitiba, que o Brasil iniciou uma maratona de luta contra o crime organizado.

Ao apontar interferência política no comando da Polícia Federal, Moro fez uma acusação gravíssima contra o governo Bolsonaro, deixando escancarada uma ruptura entre promessas feitas durante a campanha de 2018.

Visivelmente emocionado, Moro deixou transparecer a suspeita de que o Planalto estaria tentando interferir na Polícia Federal por interesses pessoais, contrariando tudo o que os eleitores do presidente Bolsonaro esperam da sua posição.

O presidente Bolsonaro agora possui o enorme desafio de apresentar uma justificativa plausível para a população, à altura das graves declarações feitas pelo agora ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro. É difícil imaginar como isso será possível.