A saída do presidente Jair Bolsonaro do PSL, conforme o anunciado nesta terça-feira (12), terá como uma grande vantagem a formulação de um filtro ideológico para a criação do novo partido chamado “Aliança pelo Brasil”.

Essa decisão coloca contra a parede todos os parlamentares que se apresentam como aliados do governo, não porque exige deles a mesma saída do PSL, mas sim uma postura de apoio para a criação do Aliança pelo Brasil.

Ao mesmo tempo, a saída de alguns aliados do PSL visando acompanhar Bolsonaro também sinaliza a criação de uma ala mais coesa, literalmente “filtrada” no campo ideológico, servindo como um indicador para o eleitor que apoia o presidente sobre em quem deve votar nas próximas eleições.

Mesmo os parlamentares declaradamente apoiadores do presidente que permanecerão no PSL vão sofrer algum desgaste com a saída de Bolsonaro. Isso porque, naturalmente, o eleitor focará a sua atenção nos membros do Aliança pelo Brasil, tendendo a ter maior confiança nesses ao invés de outros.

Isso também exigirá do Aliança pelo Brasil um nível de criteriosidade elevado para a filiação dos membros, visto que os apoiadores não vão esperar situações de “traição”, mas sim de total lealdade, especialmente no tocante aos ideais moralmente conservadores e de combate à corrupção.

Em todo caso, o fato é que a criação do Aliança pelo Brasil poderá significar uma mudança completa de cenário nas próximas eleições, pois o eleitor terá uma opção que promete ser 100% à direita, conservadora nos costumes e liberal na economia, algo inédito no país até então.