O Dia das Crianças está chegando, e com ele a convocação para manifestações contrárias ao ativismo judicial, precisamente contra a legalização do aborto, das drogas e da derrubada do Marco Temporal. Porém, os atos que tomam forma através de pautas específicas poderão se tornar algo muito maior, o que deve acender um alerta vermelho no Planalto.

Segundo o jornalista Ricardo Noblat, por exemplo, repercutindo notícia do Estadão, a “direita se reorganiza nas redes e planeja voltar às ruas no dia 15 de novembro. Ex-presidente Jair Bolsonaro é pouco mencionado nas convocações; há um forte movimento contra Lula e o atual governo”.

Aparentemente, a convocação para o próximo dia 12 poderá servir como um “esquenta” para o dia 15 de novembro, sendo uma espécie de teste sobre a possível reação institucional contra os manifestantes ligados à direita.

Isso é compreensível, já que boa parte da população está com receio de expressar abertamente as suas opiniões, especialmente sair às ruas, após a onde de prisões em massa em janeiro desse ano. A desconfiança, portanto, é grande e ela não diz respeito apenas às autoridades, mas aos chamados “infiltrados”.

Muitos da ala bolsonarista temem a possibilidade de que manifestações legítimas sejam alvo de boicote por parte de pessoas ligadas à esquerda. Com o desfecho após janeiro desse ano, porém, certamente os manifestantes estarão muito mais atentos e prontos para reagir a qualquer sinal de ações que extrapolem os limites legais.

O dia 12, portanto, poderá dar o sinal verde para o retorno da população às ruas, servindo de palco para alavancar manifestações mais contundentes e melhor organizadas no dia 15. O pior cenário para o governo Lula será uma escalada de ações, a exemplo do que ocorreu com a ex-presidente Dilma Rousseff, entre os anos 2013 e 2016. A possibilidade é real? As próximas semanas vão dizer.