É sempre assim! Conforme o ano eleitoral vai se aproximando, o número de potenciais candidatos que se apresentam como “salvadores da Pátria” se multiplica, e isso não é diferente no meio conservador, motivo pelo qual a população precisa ficar atenta para saber identificar os impostores e oportunistas que se escondem atrás das nossas bandeiras.

Primeiramente, desconfie de toda pessoa que se apresenta com qualidades que parecem muito mais do que nos mostra a realidade. São pessoas que, no geral, sempre buscam estar em posição de destaque, atraindo para si holofotes, a fim de chamar atenção do público para o que diz e pratica.

Esse tipo de pessoa possui características da megalomania. Elas se autovalorizam e enxergam a si mesmas como superiores em relação aos outros, muito embora possam fingir humildade e modéstia quando a conveniência exigir. Esse fingimento geralmente visa atingir um propósito, que é a conquista da confiança das pessoas que servem para lhe exaltar.

Com base nessas características, o salvador ou salvadora da Pátria também é alguém que sempre parece ter uma resposta para tudo. Ele ou ela parece ter uma capacidade analítica evoluída em relação os demais, pois sempre posa como alguém que entende, enxerga e até prevê coisas que nós, pobres mortais, não conseguimos “alcançar”.

Quando essa suposta capacidade de entender as coisas melhor do que ninguém é questionada, essa pessoa não ouve e aprende, como um indivíduo comum e sensato faria, mas rejeita o contraditório de tal forma que passa a enxergá-lo como uma ameaça aos seus interesses. Quem bate de frente com pessoas assim, portanto, se torna um ‘inimigo’ facilmente.

Por fim, outra característica marcante dos “salvadores da Pátria” é que eles se encastelam em grupinhos. Esses grupos servem para dar status de especialidade aos membros. Quem pertence a eles se sentem “especiais”, “iluminados”, e agem de modo hierárquico, geralmente obedecendo à visão de um líder maior, por isso defendem com unhas e dentes quem ousa criticá-los.

Onde está a diferença?

O leitor pode achar que todos os candidatos a cargos políticos no Brasil são iguais, agindo da mesma forma, mas não são. A grande diferença em relação aos falsos salvadores da Pátria está na consciência das próprias limitações e no histórico de contribuição ao país.

Vejamos por exemplo o nosso presidente Jair Bolsonaro. Em que momento ele se apresentou como alguém que teria todas as respostas, nas eleições de 2018? Em nenhum! Pelo contrário, ele deixou claro inúmeras vezes que seria apenas um “técnico” dependendo da sua equipe de jogadores para conseguir ter sucesso.

Em nenhum momento Bolsonaro se mostrou prepotente, autosuficiente ou superior a outros conservadores. Em vez disso, admitiu suas limitações e reconheceu a necessidade de trabalhar ao lado de pessoas técnicas, capazes de lhe orientar sobre o que fazer sempre que preciso. E tudo isso está aliado a uma vida de quase 30 anos de atuação no Congresso Nacional.

Ou seja, enquanto “salvadores da Pátria” se vendem por narrativas falsas, sem nem mesmo uma história de luta em favor do Brasil, os verdadeiros conservadores mostram as mãos calejadas por tudo o que já fizeram e deixam com que suas histórias devida falem por si. Essa é a realidade.

Portanto, se você não quer se decepcionar no futuro, ao avaliar em quais candidatos deverá votar no próximo ano, dê menos atenção aos discursos, olhe para o caráter de quem se apresenta e, principalmente, o seu passado, pois não há maior atestado de confiança sobre o que pensa um conservador, do que o tempo.